Histórias de LX começa com um grupo de ratos — uma meia dúzia de exemplares das centenas de milhar que se calcula viverem algures debaixo do chão de Lisboa. Um a um, os ratos depositam moedas num chapéu e, cumprido esse gesto, é-lhes oferecida a passagem para o outro lado daquele controlo. Como se até aos ratos fosse cobrada uma portagem para entrarem na cidade, como se até para os ratos viver em Lisboa não estivesse propriamente a preço de saldo. Mas a imagem daqueles actores trajados de roedores serve também para criar, desde logo, um ambiente de fábula que atravessa todo este espectáculo que o Teatro Meridional criou em torno dos contrastes e da complexidade que significa hoje viver em Lisboa, uma cidade em braço-de-ferro permanente entre moradores e proprietários, entre habitantes e turistas, entre História e dinheiro imediato, entre um passado ofegante e um presente que só pensa em esganá-lo.
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Histórias de LX começa com um grupo de ratos — uma meia dúzia de exemplares das centenas de milhar que se calcula viverem algures debaixo do chão de Lisboa. Um a um, os ratos depositam moedas num chapéu e, cumprido esse gesto, é-lhes oferecida a passagem para o outro lado daquele controlo. Como se até aos ratos fosse cobrada uma portagem para entrarem na cidade, como se até para os ratos viver em Lisboa não estivesse propriamente a preço de saldo. Mas a imagem daqueles actores trajados de roedores serve também para criar, desde logo, um ambiente de fábula que atravessa todo este espectáculo que o Teatro Meridional criou em torno dos contrastes e da complexidade que significa hoje viver em Lisboa, uma cidade em braço-de-ferro permanente entre moradores e proprietários, entre habitantes e turistas, entre História e dinheiro imediato, entre um passado ofegante e um presente que só pensa em esganá-lo.