SPD decide-se por liderança tripartida após desaire nas europeias

Não é claro quando haverá eleições para a sucessão de Andrea Nahles, que escolheu afastar-se na sequência do mau resultado das europeias, o pior da história do partido.

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Thorsten Schäfer-Gümbel , Malu Dreyer e Manuela Schwesig são os líderes interinos do SPD FILIP SINGER/EPA

O Partido Social Democrata (SPD) alemão decidiu-se por uma liderança tripartida até realizar eleições: Manuela Schwesig e Malu Dreyer, ambas à frente de governos de estados federados, e Thorsten Schäfer-Gümbel, líder do partido noutro estado federado.

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O Partido Social Democrata (SPD) alemão decidiu-se por uma liderança tripartida até realizar eleições: Manuela Schwesig e Malu Dreyer, ambas à frente de governos de estados federados, e Thorsten Schäfer-Gümbel, líder do partido noutro estado federado.

Os três estão em posições de destaque em estados relativamente pequenos (Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Renânia-Palatinado, e Hesse) e substituem Andrea Nahles, que se demitiu na sequência do péssimo resultado do SPD nas eleições europeias – 15,5%, o pior da sua história do pós-guerra, que se seguiu a outro desastroso resultado, 20,5% nas legislativas de 2017, na altura o mais baixo desde 1949, com o candidato Martin Schulz. 

O antigo líder do SPD Thomas Oppermann disse que poderia demorar “um a dois meses” para o partido escolher quem poderá seguir-se a Nahles, sendo que alguns candidatos óbvios, como o ministro das Finanças Olaf Scholz, já excluíram entrar na corrida.

Com a grande coligação à espera do que poderá ser a nova orientação do partido, prevê-se mais um tempo de um governo que tem estado refém de problemas internos, desde a discórdia entre a CDU e a CSU, os dois “partidos gémeos” conservadores, até ao anúncio da saída da liderança da CDU da chanceler, Angela Merkel, e agora a turbulência no SPD.

Participar neste Governo foi uma segunda escolha para o SPD, que preferia ficar na oposição para se fortalecer, mas que acabou por ser a única possibilidade aceitável para um governo maioritário de Merkel quando as conversações para uma “coligação Jamaica”, incluindo a CDU/CSU, os Liberais e os Verdes (partidos que têm as cores da bandeira jamaicana, daí o nome), falharam.

Se o SPD sair do Governo – e pelo menos há uma janela de oportunidade para o fazer, na avaliação do Governo que será feita a meio do mandato, como inscrito no acordo de coligação – o mais provável é que haja eleições antecipadas.

Ainda se põe a hipótese de um regresso a conversações para uma coligação entre os conservadores, os Verdes e os liberais, mas a co-líder dos Verdes Annalena Baerbock já disse que em caso de falhanço da grande coligação deve haver novas eleições. Os Verdes foram os grandes vencedores das eleições europeias, em que ficaram em segundo lugar, e numa sondagem no fim-de-semana passado eram pela primeira vez o primeiro partido a nível nacional, à frente até da CDU – o partido beneficiaria enormemente de novas eleições.

A outra opção para evitar eleições antecipadas é algo nunca tentado na Alemanha: um governo minoritário.

Assim, o dilema do SPD continua a ser sair e arriscar provocar novas eleições, nas quais iria descer ainda mais, ou continuar no Governo e, nas eleições seguintes, descer igualmente, ou ainda mais.