Paulo Cafôfo e a Madeira: “Não podemos esperar por mais 43 anos”

Candidato socialista à presidência do governo madeirense apresentou linhas gerais do programa eleitoral. “Não venho para fazer igual”, disse.

Foto
O ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, na apresentação da sua candidatura à presidência do governo regional da Madeira, no Funchal HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

Uma semana depois de ter terminado a noite eleitoral europeia com um resultado decepcionante (ficou a 11 pontos percentuais do PSD), o PS-Madeira reuniu-se na tarde desde domingo em torno da candidatura de Paulo Cafôfo à presidência do governo madeirense.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Uma semana depois de ter terminado a noite eleitoral europeia com um resultado decepcionante (ficou a 11 pontos percentuais do PSD), o PS-Madeira reuniu-se na tarde desde domingo em torno da candidatura de Paulo Cafôfo à presidência do governo madeirense.

O antigo presidente da Câmara Municipal do Funchal, que renunciou na passada quinta-feira ao mandato para dedicar-se em exclusivo à campanha para as regionais, perspectivou o que pretende para o futuro do arquipélago, sublinhando que não veio para fazer igual.

“A minha luta não é uma luta contra ninguém. Não é uma luta contra o PSD, não é uma luta contra este governo regional”, disse Cafôfo, colocando o combate ao desemprego, ao abandono escolar, à pobreza e à exclusão social no topo das prioridades

“O que me move”, continuou o candidato socialista – que mesmo usando o plural para falar do PS (“Nós, o Partido Socialista”), apresenta-se ao eleitorado como independente – “não são interesses pessoais”, disse. “São as pessoas, e a vontade de mudança”, garantiu, numa longa intervenção – mais de meia hora – em que procurou ser intimista, falando para a mãe, para os filhos, e para todos os “madeirenses e porto-santenses” que procuram uma mudança.

“Não podia dizer não, quando todos os dias me pedem para estar presente”, justificou, convidando todos, militantes e não militantes, a juntarem-se. Porque todos são bem-vindos e necessários para alterar o paradigma de desenvolvimento da Madeira.

E o que é então preciso fazer? Cafôfo responde, percorrendo os principais temas da agenda política do arquipélago. Para a Saúde propõe um investimento de 75 milhões de euros para combater as listas de espera (22 mil cirurgias, 42 mil consultas e 50 mil exames, nas contas do partido) e não coloca de parte, embora não tenha explicado como, “adquirir” uma nova unidade hospitalar. Para os transportes, promete lançar um concurso público internacional no valor de 12 milhões de euros para assegurar o transporte marítimo regular de passageiros e mercadorias por ferry, durante todo o ano (o que existe apenas navega nos meses de Verão).

Cafôfo, que foi o último a subir ao palco montado num jardim junto ao mar, insistiu que a vitória é possível, recordando as eleições de 2013 que o levaram pela primeira vez à presidência do Funchal. Antes de subir ao palco, passaram responsáveis sectoriais dos Estados Gerais do PS-Madeira, e o próprio secretário-geral do PS, António Costa, que apareceu numa mensagem de vídeo.

“Teremos muitos ‘Velhos do Restelo’. Em 2013 também me disseram que não era possível ganhar. Que não era possível cumprir tudo o que nos comprometemos. Mas cumprimos”, argumentou, colocando a autonomia ao “serviço dos madeirenses” e não do PSD-Madeira. “Não podemos esperar por mais 43 anos. Eles [PSD] tiveram a sua oportunidade. Temos agora a oportunidade para sermos íntegros”, apelou.