Jonas Savimbi, um guerreiro que não soube deixar as armas
O histórico líder da UNITA é enterrado junto da sua família este sábado, 17 anos depois da sua morte.
1934 – Jonas Malheiro Savimbi nasceu a 3 de Agosto em Munhango, uma pequena aldeia na província do Bié, no leste do país. O pai, Lote Savimbi, era funcionário dos caminhos-de-ferro e pastor protestante.
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1934 – Jonas Malheiro Savimbi nasceu a 3 de Agosto em Munhango, uma pequena aldeia na província do Bié, no leste do país. O pai, Lote Savimbi, era funcionário dos caminhos-de-ferro e pastor protestante.
1958 – Ganhou uma uma bolsa de estudo e terminou os estudos no Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Foi em Portugal que contactou com um grupo de estudantes angolanos que partilham ideais anticolonialistas e se reúnem na clandestinidade. É detido três vezes pela PIDE.
1965 – Savimbi acaba por desistir de estudar Medicina e vai para Lausanne, na Suíça, onde em 1965 termina os estudos em Ciência Política. É neste contexto que trava conhecimento com membros destacados de movimentos anticoloniais africanos, como Holden Roberto, fundador da União das Populações de Angola (UPA). Savimbi sobe rapidamente na hierarquia da UPA e passa uma temporada na China, onde recebe formação ideológica e guerrilheira.
1966 – Impulsiona a fusão de movimentos anticolonialistas e funda a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para combater as forças coloniais portuguesas.
1975 – O derrube do Estado Novo em 25 de Abril de 1974 permite a independência de Angola, mas a guerra não termina. O conflito com a potência colonial é substituído por uma guerra civil entre a UNITA e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). O tabuleiro angolano reflecte as clivagens da Guerra Fria: a UNITA é apoiada pelos EUA e pela África do Sul, enquanto o MPLA tem cobertura da União Soviética e de Cuba.
1986 – Savimbi é recebido na Casa Branca por Ronald Reagan, com direito a uma recepção com todas as honras de um chefe de Estado.
1991 – O fim da guerra civil é formalizado entre Savimbi e o líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, com a assinatura dos Acordos de Bicesse, em Portugal. O MPLA vence as eleições no ano seguinte, mas Savimbi não aceita os resultados e relança a luta armada.
1994 – É assinado um novo acordo de paz e formado um governo de unidade nacional que inclui a UNITA. No entanto, Savimbi fica fora do compromisso e insiste em manter as hostilidades. O seu partido divide-se e, enfraquecido, Savimbi dirige a insurreição.
2002 – A 22 de Fevereiro, Savimbi é morto numa operação militar no Moxico. A sua morte precipita o fim formal da guerra e a UNITA abandona as armas.