Tempo quente e risco de incêndio no fim-de-semana, mas temperaturas descem até seis graus no início da semana

Lisboa, Braga Leiria e Setúbal estão sob aviso amarelo até às 19h de sábado por causa do calor. Governo decretou risco de incêndio até segunda-feira. Risco de exposição à radiação ultravioleta continua muito elevado.

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Continente e Madeira continuam com risco muito elevado de exposição à radiação UV Paulo Pimenta (arquivo)

O tempo quente vai manter-se durante o fim-de-semana com máximas até 35 graus Celsius no centro e sul de Portugal continental, mas na segunda-feira as temperaturas vão baixar em todo o território entre três e seis graus, segundo a meteorologista Maria João Frada.

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O tempo quente vai manter-se durante o fim-de-semana com máximas até 35 graus Celsius no centro e sul de Portugal continental, mas na segunda-feira as temperaturas vão baixar em todo o território entre três e seis graus, segundo a meteorologista Maria João Frada.

A especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse à Lusa que entre sexta-feira e domingo a previsão é para continuação de tempo quente com valores da temperatura máxima bastante acima dos valores médios para esta altura do ano.

“No sábado continua o tempo quente. Vamos continuar com valores da temperatura máxima entre os 30 e os 35 graus, com excepção da zona da Serra da Estrela e da faixa costeira da região norte. No domingo continuamos ainda com tempo quente, mas prevê-se já uma descida da máxima no litoral a norte do Cabo Raso”, disse.

De acordo com Maria João Frada, no domingo ainda estão previstas temperaturas de 34 e 35 graus Celsius para a região da Grande Lisboa, mas a partir do meio da tarde vai haver uma mudança.

“A tarde já vai ser diferente com vento fraco e gradualmente a partir da tarde instala-se uma corrente de noroeste moderada com entrada de ar do mar e temperaturas a descer muito significativamente na região da Grande Lisboa e no litoral da região centro e sul”, explicou.

Governo declara alerta para risco de incêndio florestal

O Governo declarou a situação de alerta para risco de incêndio florestal a partir de quarta-feira à noite até segunda-feira, devido às previsões meteorológicas de tempo quente para os próximos dias.

As previsões apontam para um “significativo aumento do risco de incêndio”, tendo em conta as informações do IPMA sobre as condições meteorológicas para a globalidade do território de Portugal continental.

Segundo um comunicado, enviado pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), o índice meteorológico de risco de incêndio florestal, calculado e disponibilizado pelo IPMA, é elevado ou muito elevado para os próximos cinco dias.

A partir de 1 de Junho, os bombeiros vão ter mais 41 equipas de intervenção permanente, num total de 344 equipas em todo o território continental. 

A Directiva Operacional Nacional (DON) que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2019, estabeleceu 41 novas EIP, constituídas por cinco elementos que estão em permanência nos quartéis de bombeiros para ocorrer a qualquer situação de urgência e emergência registada no concelho, totalizam 205 operacionais. 

Os bombeiros do distrito do Porto são aqueles que vão ter mais Equipas de Intervenção Permanente, oito, seguido de Setúbal e Vila Real, com seis cada um, Leiria e Lisboa (cinco em cada um) e Portalegre (quatro).

Os bombeiros do distrito de Viseu vão ter mais três EIP, os de Braga duas e Coimbra e Aveiro passam a dispor de mais uma em cada distrito.

O IPMA prevê para os próximos dias a continuação de tempo quente e seco, com persistência de condições meteorológicas gravosas para o risco de incêndio.

Tal previsão traduz-se, entre outras situações, em valores de temperatura acima do normal para a época, em especial nas regiões Centro e Sul e baixo teores de humidade relativa do ar (HRA), com estes teores a diminuírem já na sexta-feira no Algarve e Baixo Alentejo.

“Este cenário meteorológico irá traduzir-se num aumento dos índices de risco de incêndio, entre sexta-feira e domingo, com condições favoráveis à rápida propagação de incêndios rurais”, avisa a Protecção Civil.

A ANEPC determina a passagem ao estado de alerta especial amarelo do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, e ao estado de alerta especial laranja nos distritos de Beja, Castelo Branco, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal.

No documento do Governo, precisa-se que as medidas de carácter excepcional no âmbito da situação de alerta são “elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte da GNR e da PSP, com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamentos dissuasores de comportamentos e de apoio geral às operações de protector e socorro que possam vir a ser desencadeadas”.

São proibidas as queimadas e está contemplada a dispensa dos trabalhadores dos sectores público e privado que desempenhem cumulativamente as funções de bombeiro voluntário.

Como medidas preventivas foi determinado que é proibido o lançamento de balões com mecha acesa e de foguetes e o uso de fogo-de-artifício só é permitido com a autorização da câmara municipal respectiva.

É também proibido fumigar ou desinfestar em apiários excepto se os fumigadores tiverem dispositivo de tenção de faúlhas.

No início da próxima semana, o cenário de calor já vai ser diferente com uma descida significativa da temperatura.

“Na segunda-feira, as máximas descem três a seis graus e chegamos a quarta-feira com as temperaturas máximas a não ultrapassar os 20 a 25 graus, com excepção da costa sul do Algarve. Vamos ter também um aumento da nebulosidade e na segunda pode haver alguma precipitação fraca no litoral a norte do Cabo Mondego”, indicou.

Continente e Madeira em risco muito elevado de exposição à radiação UV

Portugal continental e o arquipélago da Madeira continuam com um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV).

O IPMA colocou ainda em risco elevado de exposição à radiação UV a ilha Terceira (grupo central dos Açores) e São Miguel (grupo oriental dos Açores). As ilhas do Faial (grupo central) e Flores (grupo ocidental) apresentam hoje níveis baixos de exposição à radiação UV.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, “t-shirt”, guarda-sol, protector solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo). O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.