Por causa da lei antiaborto, a Disney pondera se continuará a filmar na Georgia
O estado norte-americano é considerado a Hollywood do Sul. Ali já foram filmadas séries como The Walking Dead ou Stranger Things, da Netflix. Quanto à Disney já filmou blockbusters como Black Panther e Avengers: Endgame.
O presidente-executivo da Walt Disney Co, Bob Iger, disse à Reuters na quarta-feira que será “muito difícil” para a empresa continuar a filmar na Geórgia se uma nova lei de aborto entrar em vigor, porque muitas pessoas não vão querer trabalhar naquele estado norte-americano. Também a Netflix já avançou com a mesma intenção.
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O presidente-executivo da Walt Disney Co, Bob Iger, disse à Reuters na quarta-feira que será “muito difícil” para a empresa continuar a filmar na Geórgia se uma nova lei de aborto entrar em vigor, porque muitas pessoas não vão querer trabalhar naquele estado norte-americano. Também a Netflix já avançou com a mesma intenção.
O estado norte-americano é considerado a Hollywood do Sul. Ali já foram filmadas séries como The Walking Dead ou Stranger Things, da Netflix. Quanto à Disney já filmou blockbusters como Black Panther e Avengers: Endgame. Esta decisão seria um duro golpe nos esforços do Estado para criar empregos na produção de séries e filmes.
No início de Maio, o governador republicano da Geórgia aprovou a proibição do aborto assim que se possa detectar o batimento cardíaco fetal, ou seja, às cerca de seis semanas de gravidez, por vezes, antes que muitas mulheres saibam que estão grávidas. A lei deve entrar em vigor no início de Janeiro, se sobreviver aos desafios do tribunal.
Questionado pela Reuters sobre se a Disney continuará a filmar na Geórgia, Iger respondeu que será “muito difícil fazê-lo” se a lei do aborto for implementada. “Eu duvido que sim”, declara. “Acho que muitas pessoas que trabalham para nós não vão querer trabalhar lá, e teremos que respeitar os seus desejos nesse sentido.”
A Geórgia é um dos oito estados a aprovar legislação antiaborto este ano com o objectivo de obrigar o Supremo Tribunal norte-americano a esvaziar a decisão Roe v. Wade, o caso histórico de 1973 que estabeleceu o direito de interromper sua gravidez.
Alguns actores e produtores já disseram que não vão trabalhar na Geórgia por causa da lei, mas muitas das grandes companhias de produção ainda não tomaram qualquer decisão nesse sentido. Na terça-feira, a Netflix informou que o serviço de streaming “repensará” o seu investimento em produção de filmes e televisão na Geórgia se a lei entrar em vigor. Enquanto isso, a Netflix continuará a produção e trabalhará com grupos que estão a combater a lei nos tribunais dos EUA.