Militares portugueses enviados para região na República Centro-Africana onde grupo armado matou 50 pessoas
As Nações Unidas conduzirão nos próximos dias uma operação conjunta com forças de capacetes azuis do Bangladesh, dos Camarões e das Forças Armadas Centro-africanas, helicópteros do Senegal e do Paquistão, tendo como objectivo a estabilização da paz na região de Bocaranga, República Centro-Africana.
Os militares portugueses em missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana (ao abrigo da operação MINUSCA, na sigla em inglês) foram enviados para a região de Bocaranga, onde mais de 50 pessoas foram mortas por um grupo armado, disse fonte do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
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Os militares portugueses em missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana (ao abrigo da operação MINUSCA, na sigla em inglês) foram enviados para a região de Bocaranga, onde mais de 50 pessoas foram mortas por um grupo armado, disse fonte do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
Fonte do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) confirmou à Lusa que a força de reacção rápida portuguesa está projectada em missão a noroeste da capital da República Centro-Africana (RCA), na região de Bocaranga, não divulgando mais detalhes.
Outras fontes militares internacionais explicaram que as Nações Unidas conduzirão nos próximos dias uma operação conjunta com forças de capacetes azuis do Bangladesh, dos Camarões e das Forças Armadas Centro-africanas, contando igualmente com o apoio de helicópteros do Senegal e do Paquistão, tendo como objectivo a estabilização da paz na região de Bocaranga, situada a noroeste do país, junto à fronteira com o Chade e com os Camarões.
A missão prioritária será a de garantir a protecção de civis, através da dissuasão e restrição de movimentos de elementos armados afectos ao grupo 3R (Regresso, Reclamação, Reconciliação), depois dos ataques efectuados na semana passada por este grupo armado, que mataram pelo menos 54 pessoas.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois da queda do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
O acordo de paz foi assinado em Cartum, no Sudão, no início de Fevereiro pelo governo da RCA e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde agora tem a 5.ª Força Nacional Destacada (FND) e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.
A 5.ª FND integra 180 militares do Exército, na sua maioria elementos dos Comandos (22 oficiais, 44 sargentos e 114 praças, das quais nove são mulheres) e três da Força Aérea.