A Feira do Livro de Lisboa está maior e mais amiga do ambiente
Com 25 novos participantes e mais 32 pavilhões, a 89.ª edição, que se inaugura esta quarta-feira, aposta na sustentabilidade ambiental, distribuindo 60 mil sacos de papel e promovendo o uso de bicicletas.
A maior feira do livro do país regressa esta quarta-feira ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, com 328 pavilhões, mais 32 do que em 2018, e 25 novos participantes, um número tão significativo que levou a organização a criar um espaço próprio para os reunir.
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A maior feira do livro do país regressa esta quarta-feira ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, com 328 pavilhões, mais 32 do que em 2018, e 25 novos participantes, um número tão significativo que levou a organização a criar um espaço próprio para os reunir.
Se a feira, co-organizada pela APEL e pela Câmara de Lisboa, parece há muito fazer ponto de honra em ir aumentando, ano a ano, a sua dimensão, a principal novidade desta edição talvez seja a aposta em práticas de preservação do ambiente, como a disponibilização, em parceria com a Navigator Company, de 60 mil sacos de papel reutilizáveis. Com asas e suficientemente robustos para permitirem o transporte de livros, foram produzidos a partir de árvores plantadas para esse fim. A organização criou ainda um novo parque para estacionamento de bicicletas, tentando convencer os visitantes a deixarem o carro em casa, e terá disponíveis cadeiras de rodas e andarilhos, cedidos pela Santa Casa da Misericórdia, para quem necessitar deles.
Uma zona que também aumentará é a da restauração, com mais oito espaços, a juntar aos 34 que já tinham marcado presença em 2018. Nem tudo são editoras ou livrarias no crescimento da feira, como se constata, aliás, pela lista de 25 novos participantes, onde a Abysmo, a Minerva, a Plátano ou a Ponto de Fuga convivem com a Santa Casa da Misericórdia, o ISCTE-IUL ou o Pingo Doce.
Ainda assim, a APEL diz que estarão representadas na feira 636 marcas editoriais e calcula que os leitores terão cerca de 100 mil títulos diferentes à escolha.
Algumas editoras mais pequenas partilham um mesmo stand, e as maiores estendem-se por vários. Só os grupos Porto Editora (incluindo a Bertrand) e Leya ocupam entre ambos 30 pavilhões, a que se somam mais oito para a Presença e outros sete para o grupo 20/20. A Porto Editora tem até um pavilhão exclusivamente dedicado a um autor: a poetisa e ficcionista Sophia de Mello Breyner Andresen, cujo centenário está a comemorar-se este ano.
A julgar pelas edições mais recentes, a feira deverá receber cerca de meio milhão de visitantes até ao dia de encerramento, a 16 de Junho. E o horário introduzido na edição do ano passado é para manter: de segunda a quinta-feira, a feira abre às 12h30 e fecha às 22h, e não às 23h, com a correspondente antecipação para as 21h da Hora H, que arranca na segunda semana da feira e garante que, nessa última hora antes de se fecharem as portas, todos os livros publicados há mais de 18 meses, e que portanto já não estejam sujeitos à lei do preço fixo, terão descontos mínimos de 50 por cento.
Às sextas e sábados, e em vésperas de feriados, o recinto abre às 11h e encerra à meia-noite, e aos domingos abre à mesma hora mas fecha às 22h. Entre as novidades deste ano contam-se ainda o Sensório Forbrain, uma sala equipada para estimulação sensorial, ou a exposição 100% Portugal, uma iniciativa da Fundação Francisco Manuel dos Santos que se propõe apresentar um retrato do país a partir de dados estatísticos relativos a diversos domínios.
Comer e dormir
Com a moda da gastronomia em alta, o Showcooking Margão está de volta para ensinar os visitantes a confeccionar fast food saudável, cozinha italiana ou refeições com produtos de agricultura biológica. No mesmo espaço serão anunciados, já este domingo, os vencedores das oito categorias do Prémio Portugal Cookbook Fair 2019, cujo júri é presidido por Maria de Lurdes Modesto, e no dia 13 reedita-se a Super Stars Battle, uma competição entre chefs que termina na Feira do Livro com uma final gastronómica ao vivo, este ano dedicada à rota das especiarias.
Na extensa programação cultural da feira, destaca-se um programa concebido pelas Bibliotecas Municipais de Lisboa para promover a inclusão, e ao qual serve de pretexto o 50.º aniversário dos tumultos de Stonewall, em Nova Iorque, que marcaram uma nova fase na luta pelos direitos da comunidade LGBTI+. Em conjunto com a ILGA Portugal, as Bibliotecas Municipais de Lisboa levarão à feira a orquestra inclusiva Banda Zero, da Casa de São Vicente, o Grupo de Bombos 7.ª Escala, com jovens de etnia cigana, e o coro da ILGA, para lá de outros espectáculos musicais e de dança, e das habituais sessões com escritores, clubes de leitura ou oficinas de artes plásticas.
Mais uma vez, poderá levar até à feira livros novos ou usados que tenha por casa e já não queira, que estes serão depois encaminhados, através do programa Doe os Seus Livros, uma parceria da APEL com o Banco de Bens Doados (BBD), para as crianças apoiadas por instituições que integram a rede BBD. Desde que o programa arrancou, há quatro anos, foram já recolhidos e distribuídos 30 mil livros.
Entre as muitas actividades destinadas às crianças, e que terão particular expressão no Dia Mundial da Criança, a 1 de Junho, com uma maratona de leitura de contos ou um workshop de culinária, regressa a iniciativa Acampar com Histórias, que oferece aos mais novos a possibilidade de pernoitarem na Estufa Fria.