Marcelo frisa que dois terços dos portugueses são pró-europeus

Optimista no day after das europeias, o Presidente da República diz que na Europa também há lugar para os eurocríticos.

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Marcelo e Kolinda, a Presidente da Croácia, afirmaram-se amigos, "uma "excepção em política" LUSA/ANTONIO PEDRO SANTOS

“É um dia positivo para a Europa”. Na abertura das Conferências do Estoril, o Presidente da República mostrou-se muito mais optimista que o presidente da câmara de Cascais, o social-democrata Carlos Carreiras, que antes tinha dito o contrário, mostrando-se bastante preocupado com os resultados das eleições ao nível europeu. “Eu sou sempre mais optimista que o presidente da câmara de Cascais”, gracejou Marcelo Rebelo de Sousa.

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“É um dia positivo para a Europa”. Na abertura das Conferências do Estoril, o Presidente da República mostrou-se muito mais optimista que o presidente da câmara de Cascais, o social-democrata Carlos Carreiras, que antes tinha dito o contrário, mostrando-se bastante preocupado com os resultados das eleições ao nível europeu. “Eu sou sempre mais optimista que o presidente da câmara de Cascais”, gracejou Marcelo Rebelo de Sousa.

Esse optimismo presidencial fundamentou-o no facto de que “dois terços dos portugueses são pró-europeus”. E mais não disse sobre os resultados nacionais, que fizeram afundar a direita e pôr em causa a alternativa forte que o chefe de Estado sempre defendeu que deve existir no país.

Preferiu ver o copo meio cheio no Parlamento Europeu e insistir, como fizera na noite eleitoral, que “continua a haver uma maioria clara de pró-europeus” em Bruxelas. “Mas mesmo os que não são entusiásticos pró-europeus têm lugar no Parlamento Europeu, porque isso é democracia”, afirmou.

“Isso é o triunfo dos valores europeus. A Europa permite que, mesmo aqueles que são críticos, que são cépticos, que querem dividir ou afastar, caibam na casa europeia, não os ignora, não os afasta. E o debate sobre a Europa é um debate que cabe na democracia europeia. E essa é uma força”, defendeu.

Para o Presidente, “não há um mundo melhor nem mais justo sem a Europa”. Mas também “não há lideres mundiais fortes se não houver líderes locais e regionais fortes”. E a luta por um mundo mais justo começa dentro de cada um dos países: “Essa luta exige mais juventude, mais coragem, mais criatividade e imaginação, novas formas de viver e de decidir”, preconizou, para acrescentar que “construir o futuro passa por uma mudança dentro de nós próprios”.

Marcelo tocava assim no tema principal das Conferências do Estoril 2019 – “Empowering humanity – from local to global justice”. Antes dele, interveio a Presidente da República da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarović, a primeira e a mais jovem mulher eleita para o cargo naquele país, considerada pela revista Forbes uma das 50 mulheres mais poderosas do mundo. A sua grande causa é a igualdade de género e foi sobretudo sobre isso, partindo da sua própria história, que falou.

“Eu sou uma das quatro mulheres eleitas democraticamente Presidente da República em todo o mundo”, lembrou, agradecendo aos pais pela educação igualitária que lhe deram e por terem acreditado sempre nela. Em português, elogiou Marcelo, de quem se afirmou amiga – “uma excepção em política” - e concluiu dizendo: “Estou convencida que nós, juntos, podemos mudar o mundo”.