Historiador inglês diz que Louvre não mostrará Salvator Mundi
Autor do livro The Last Leonardo diz que conservadores de pintura do museu de Paris quererão mostrá-la como sendo da oficina do mestre italiano.
A pintura Salvator Mundi, atribuída a Leonardo da Vinci e comprada por 382 milhões de euros em 2017, pode, afinal, não vir a fazer parte da exposição que está prevista para inaugurar em Outubro no Museu do Louvre, em Paris, no âmbito das comemorações do 500.º aniversário da morte do mestre do Renascimento italiano, noticiou o The Guardian.
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A pintura Salvator Mundi, atribuída a Leonardo da Vinci e comprada por 382 milhões de euros em 2017, pode, afinal, não vir a fazer parte da exposição que está prevista para inaugurar em Outubro no Museu do Louvre, em Paris, no âmbito das comemorações do 500.º aniversário da morte do mestre do Renascimento italiano, noticiou o The Guardian.
O jornal cita o historiador de arte e escritor Ben Lewis, autor do livro The Last Leonardo sobre a pintura Salvator Mundi, que defende que o museu terá afastado a pintura da exposição por causa das dúvidas que persistem sobre a sua autenticidade. “As minhas fontes no interior do Louvre, várias fontes, dizem que nem muitos curadores pensam que a pintura é autógrafa de Leonardo da Vinci. Se a exibirem […], querem fazê-lo como um trabalho da ‘oficina’ [de Leonardo]”, disse Ben Lewis no Festival Hay, o conhecido encontro literário que tem lugar todos os anos no País de Gales. O historiador de arte afirma que é pouco provável que o dono da obra, que tem sido identificado como o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, autorize essa classificação, uma vez que iria desvalorizar muito a obra.
A pintura, que deveria ser integrada como um depósito no Louvre Abu Dhabi, ainda não foi exposta no franchising do museu francês nos Emirados Árabes Unidos, o que tem alimentado muitas especulações sobre o seu paradeiro actual. No caso de Salvator Mundi não surgir na exposição Leonardo da Vinci do museu de Paris, onde estarão obras como a Mona Lisa, A Virgem dos Rochedos ou A Virgem e o Menino e Santa Ana, que fazem parte da colecção do Louvre, a decisão passará igualmente a fazer parte da biografia do quadro, que já foi exposto em 2011 pela National Gallery de Londres numa exposição sobre Leonardo, depois de ter sido atribuída ao mestre italiano.
Ao PÚBLICO, o Museu do Louvre confirmou apenas, através do seu gabinete de imprensa, “que pediu o empréstimo de Salvator Mundi para a sua exposição de Outubro”, não esclarecendo se o pedido foi aceite ou como pretende expor a obra.
Notícia actualizada a 28/05 com a posição do Museu do Louvre. A grafia do nome da pintura também foi corrigida.