A três dias das urnas, o Bloco foi ao Porto confiante que Marisa levará companhia

O Bloco de Esquerda jantou no Porto esta quinta-feira, onde foi recebido numa atmosfera de confiança em relação aos resultados de domingo. Indiferente às provocações dos partidos, Marisa Matias focou o discurso “na união”.

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LUSA/JOSÉ COELHO

O penúltimo dia de campanha foi também o mais calmo da semana. Depois de um almoço e visita à fábrica Huf, em Tondela, no distrito de Viseu, o Bloco de Esquerda levantou o pé do acelerador e rumou ao Porto, onde foi recebido por cerca de quatro centenas de apoiantes na Alfândega. Num jantar que arrancou com poesia – e mais Chico Buarque –  os bloquistas lembraram o acordo governativo que assinaram em 2015 – sem nunca falar do PS –  e defenderam que “só merece crescer quem cumpre”.

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O penúltimo dia de campanha foi também o mais calmo da semana. Depois de um almoço e visita à fábrica Huf, em Tondela, no distrito de Viseu, o Bloco de Esquerda levantou o pé do acelerador e rumou ao Porto, onde foi recebido por cerca de quatro centenas de apoiantes na Alfândega. Num jantar que arrancou com poesia – e mais Chico Buarque –  os bloquistas lembraram o acordo governativo que assinaram em 2015 – sem nunca falar do PS –  e defenderam que “só merece crescer quem cumpre”.

A três dias das eleições, o entusiasmo dos bloquistas aumenta e já transparece a expectativa de eleger três deputados. Marisa Matias lamentou a Europa dividida “entre vencedores e vencidos” e apelou “ao projecto da união” que “domingo vai a votos”.

“Só merece crescer quem cumpre. E sabem que o Bloco de Esquerda cumpre e é por isso que no domingo o voto é no Bloco de Esquerda”, afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda antes de apelar ao voto “na Marisa Matias, no José Gusmão, no Sérgio Aires”, e em toda uma equipa que responde pelos compromissos, que esteve em todas as lutas”, apelou, numa referência aos três primeiros nomes da lista do Bloco de Esquerda a Bruxelas.

“Em 2015 fizemos uma promessa: faríamos tudo ao nosso poder para inverter a politica da humilhação, a crise que foi privilégio para a banca e sacrifício para quem menos tinha. Os tempos negros que Sérgio Aires aqui nos lembrou. E fizemos esse compromisso com toda a clareza. Dizíamos ao que íamos. Houve essa vontade de descongelar pensões e respeitar quem trabalhou toda uma vida.”

“Fizemos tudo o que prometemos e nunca nos rendemos. “Sabem que ninguém se levantou nem levanta como o Bloco de Esquerda se levanta todos os dias contra os banqueiros e elite corrupta”, vincou.

Sem se referir ao Partido Socialista, Catarina Martins afirmou que “alguns teriam gostado que, por termos feito um acordo para parar o empobrecimento do país, nos tivéssemos acomodado ao estado de coisas ainda que esteja tanto por fazer”.

“Só merece crescer quem cumpre”, vincou a coordenadora. “E o Bloco de Esquerda cumpre a sua palavra e cumpre os seus compromissos”.

E se Catarina Martins usou o jantar no Porto para enviar recados aos eleitores indecisos, Marisa Matias escolheu o penúltimo discurso de campanha para falar “do projecto de união” que o Bloco de Esquerda quer levar a Bruxelas.

Depois de um sonoro “Viva o Porto, carago”, Marisa Matias concentrou o discurso na divisão “A União Europeia está num momento difícil e estamos divididos”, declarou a candidata. “Temos visto isto durante anos e anos”, avaliou. “Dividem-nos as regras sem sentido que beneficiam um e prejudicam outros. Divide-nos a Europa de vencedores e vencidos”, lamentou. “O nosso projecto é por isso um projecto da união. E é por isso que no domingo, a união vai a votos”, afirmou.

Em vez de se focar nas políticas europeias que dividem a Europa, a candidata optou por enumerar o que unifica os europeus. “O que nos une é o respeito, é a dignidade e a justiça”, vincou a candidata. E acredita que é possível atingir a plenitude desta união “com pleno emprego e o fim da pobreza”.

“O que nos une é o que construímos em conjunto para nos protegermos uns aos outros”, vincou, dando o exemplo do Serviço Nacional de Saúde e da Educação. “Se a cada dia nos tentam dividir, nós dizemos que o nosso projecto é a união, de quem luta, de quem trabalha, que não se cansa, de quem sabe que a Europa pode ser um lugar diferente”, acrescentou. “É esta a união que queremos para a União [Europeia].”