O Douro e o “Duero” num especial da revista espanhola Altaïr

A revista dedica cerca de 200 páginas ao rio e será apresentada em Espanha no primeiro fim-de-semana de Junho.

Foto
Nelson Garrido

O Douro - Apontamentos de Viagem em forma de rio. Na Feira do Livro de Sevilha, que se realiza no primeiro fim-de-semana de Junho, será apresentado o próximo número da revista Altaïr com “uma visão mais ampla e diversa da sociedade, cultura e vida ao longo do rio Douro mais além dos habituais tópicos e clichés sobre o rio e as suas gentes”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Douro - Apontamentos de Viagem em forma de rio. Na Feira do Livro de Sevilha, que se realiza no primeiro fim-de-semana de Junho, será apresentado o próximo número da revista Altaïr com “uma visão mais ampla e diversa da sociedade, cultura e vida ao longo do rio Douro mais além dos habituais tópicos e clichés sobre o rio e as suas gentes”.

“Oito, nove e sete. Três números que somam quase novecentos mil metros do rio mais importante no noroeste da Península Ibérica. Uns chamam-lhe ‘Duero’ durante os 572 km que percorrem o território espanhol. Outros apelidam-no de ‘Douro’ nesses 213 km navegáveis que percorrem Portugal. E durante esses 112 km em que o rio faz de fronteira invisível — que une mais do que separa os dois países — cada um diz como quer: ‘Douro’, ‘Duero’. Assim apresenta a edição especial Pere Ortín, director da revista espanhola que faz parte do grupo Altaïr, nascido em 1979 com o objectivo de “promover o conhecimento dos distintos territórios, povos e culturas do mundo”.

Foto

O número, com cerca de 200 páginas (preço de capa 24 euros), e um guia sensorial, pretende traçar “a personalidade e a vida destas terras” e usa uma capa da ilustradora Eva Vázquez onde numa imagem metafórica vários jarros derramam água sobre um rio sem fronteiras que une aldeias, montanhas, rebanhos, campos e vinhas.

“Natureza. Românico. Arquitectura. Boa comida e melhor vinho. É uma combinação perfeita e que nos obriga a percorrer o Douro, sem pressa, com as pausas adequadas. De entre todos os elementos culturais que nos aprisionam na viagem ao longo do rio, o vinho é sem dúvida o de maior impacto social e económico”, prossegue o director da publicação, repleta de histórias de pastores, festas imperdíveis, danças de pauliteiros, muitos livros (de Julio Llamazares, Marta del Riego Anta...) e filmes (de Manoel de Oliveira), de poesia e de álbuns de fotografia — muitas reportagens dos jornalistas Silvia Cruz Lapeña e Jordi Brescó.

Entre os autores, incluem-se os portugueses Sérgio C. Andrade (jornalista do PÚBLICO), Carlos Ferreira (empresário de turismo, artesão, autarca, administrador-delegado do Turismo do Porto e Norte), Joaquim Palma (professor e escritor), Rómulo Pereira (Porto Canal) e Anabela Teixeira (jornalista e viajante).

No final do seu editorial, Pere Ortín deixa uma declaração ao Douro — e ao Duero. “Um rio como este não pode ser contado apenas contemplando um pôr-do-sol ensolarado de Primavera sobre as vinhas de Baião e não muito longe da casa do escritor Eça de Queirós. Nem com uma gelada crónica desde os arredores de uma Soria cinza que se prepara para uma nova nevasca de Inverno.”