Governo quer encerrar central termoelétrica do Pego em 2022
Central da Endesa, da Engie e da Marubeni fecha portas com a entrada de mais centrais renováveis em operação.
O Governo quer encerrar a central de produção de electricidade a carvão do Pego em 2022, afirmou esta sexta-feira, em Coimbra, o ministro do Ambiente e Transição Energética, José Pedro Matos Fernandes.
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O Governo quer encerrar a central de produção de electricidade a carvão do Pego em 2022, afirmou esta sexta-feira, em Coimbra, o ministro do Ambiente e Transição Energética, José Pedro Matos Fernandes.
“A boa notícia é que a central do Pego vai mesmo encerrar muito pouco depois de 2020”, disse Matos Fernandes, que falava aos jornalistas antes de participar no 2.º Congresso “Adaptação às Alterações Climáticas da Região de Coimbra”.
A licença de produção e o contrato de aquisição de energia (CAE) de que beneficia a central detida pela Endesa (da italiana Enel) e da Trustenergy (da francesa Engie e da japonesa Marubeni) terminam em Novembro de 2021. Os accionistas da empresa já tinham manifestado disponibilidade para encerrar a central no fim do contrato, se fosse essa a intenção do Governo.
“Estamos a trabalhar com o objectivo de, em 2022, essa central já ser encerrada”, adiantou hoje o ministro do Ambiente, reafirmando ainda o objectivo de encerrar a central térmica de Sines até 2030.
A data que tem sido falada para o hipotético encerramento da maior central eléctrica do país é 2025, mas a sua proprietária, a EDP, já ameaçou com o encerramento antes desse prazo, em reacção ao agravamento da carga fiscal sobre a produção de electricidade a partir do carvão.
Mais recentemente, a empresa colocou as centrais térmicas na Península Ibérica na lista dos activos disponíveis para venda, para financiar novos investimentos em renováveis e reduzir o endividamento.
“A minha vontade era encerrar o quanto antes, mas só podemos encerrar [a central de Sines] com segurança energética no tempo em que tivermos energias renováveis a produzir mais quantidade, por razões de segurança de abastecimento”, disse hoje Matos Fernandes.
Para isso, é necessário fazer um investimento de cerca de sete mil milhões de euros em fontes de energias renováveis, “particularmente no solar, que têm ainda que crescer bastante”.
A expectativa do Governo é que, até 2030, Portugal consiga que as renováveis representem 47% do consumo final de energia e que o peso da electricidade nesse consumo seja de 37%. Nessa data, o solar deverá representar cerca de 30% da capacidade instalada renovável.
Já a discursar no congresso, José Pedro Matos Fernandes recordou a necessidade de reduzir em 85% as emissões de carbono em Portugal até 2050, considerando que essa mudança “é muito mais do que uma reforma estrutural”.