PS insiste em saber se esquerda “está com os dois pés” fora da Europa
Pedro Marques justificou esta quinta-feira de manhã a mudança de estratégia do partido ao passarem a atacar a esquerda. O socialista diz que os bloquistas parecem ter dúvidas da posição socialista.
“É legítimo e razoável” que se pergunte ao PCP e ao BE o que defendem sobre a saída da União Europeia. É assim que Pedro Marques justifica a mudança de estratégia dos socialistas na campanha eleitoral, que desde quarta-feira passaram a questionar directamente os parceiros de Governo sobre a sua posição em assuntos europeus.
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“É legítimo e razoável” que se pergunte ao PCP e ao BE o que defendem sobre a saída da União Europeia. É assim que Pedro Marques justifica a mudança de estratégia dos socialistas na campanha eleitoral, que desde quarta-feira passaram a questionar directamente os parceiros de Governo sobre a sua posição em assuntos europeus.
“Achamos muito importante — é razoável e legítimo. Nesta fase, se houve matérias em que aqui em Portugal durante a governação concordámos em discordar com os partidos à nossa esquerda, numa altura em que estamos a disputar, é legítimo [saber] se estes partidos estão dentro da Europa ou se estão com um pé fora da Europa, ou com os dois pés a caminho da saída, como o PCP”, disse em respostas aos jornalistas depois de uma arruada em Gondomar, no distrito do Porto.
O socialista insistiu que esta mudança de discurso — que apareceu curiosamente depois das sondagens que dão uma larga distância do PS para o PSD e a esquerda a crescer — que nesta altura é “preciso esclarecer” o posicionamento de cada partido em relação à proposta de António Costa de fazer uma coligação de democratas para travar a extrema-direita, quando esteve com Emmanuel Macron na terça-feira. “Parece haver dúvidas na cabeça de alguns sobre a importância dessa coligação de europeias, em particular o BE que apareceu com muitas dúvidas sobre essa coligação de europeístas”, disse Pedro Marques.
O socialista alinha na posição do líder do partido e desafia, ou faz um “repto”, como preferiu chamar, aos partidos à esquerda. “O meu repto foi no sentido de todos deixarmos claro onde é que estamos: estamos na coligação dos europeístas ou naqueles que estão sempre a falar de sair da Europa”. Ora se “estão entre aqueles que querem falar de sair da Europa, à esquerda o PCP e o BE têm de esclarecer, então têm de explicar a desvalorização dos salários, das pensões, dos depósitos. Foi um pouco um repto para que na campanha eleitoral também nessa matéria informemos os portugueses”, disse.