Diário de campanha, dia 11: “geringonça” descarrila, PSD em depressão
Ah, o voto útil, essa instituição sagrada em qualquer campanha eleitoral! Há algumas certezas na vida e uma delas é a de que na recta final das campanhas eleitorais os chamados “grandes” adoram fazer apelo ao voto útil nos “grandes”, pois claro, por considerar que o voto nos “pequenos” é um desperdício. Basicamente, passam os últimos dias de campanha a tentar convencer disso o eleitorado.
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Ah, o voto útil, essa instituição sagrada em qualquer campanha eleitoral! Há algumas certezas na vida e uma delas é a de que na recta final das campanhas eleitorais os chamados “grandes” adoram fazer apelo ao voto útil nos “grandes”, pois claro, por considerar que o voto nos “pequenos” é um desperdício. Basicamente, passam os últimos dias de campanha a tentar convencer disso o eleitorado.
O PS, que parecia ter um pacto de não-agressão com o PCP e o BE, seus parceiros na solução de governo, achou que era a altura de se impor. “O voto no protesto pode lavar a consciência, mas o voto do protesto não resolve nenhum problema”, disparou António Costa, num comício em Setúbal. Pedro Marques seguiu o tom: “É legítimo [saber] se estes partidos estão dentro da Europa ou se estão com um pé fora da Europa, ou com os dois pés a caminho da saída, como o PCP”.
Marisa Matias (BE) já lhe respondeu para dizer que não merece resposta. “Nem percebi muito bem as palavras de António Costa“, declarou aos jornalistas em Tondela. E repetiu a mesma formulação quando questionada sobre as críticas do candidato socialista, Pedro Marques.
O PCP ignorou-o. “O PS no Parlamento Europeu, onde esteve livre de condicionamentos à sua esquerda, alinhou sempre com as forças da direita”, limitou-se a responder João Ferreira.
Do lado da campanha social-democrata, o ambiente ao almoço foi de algum desalento, para mais depois de as últimas sondagens darem uma vantagem larga ao PS. A um dia de fechar a campanha eleitoral, o candidato do PSD fez um apelo para que os militantes “não desistam” nem “desmobilizem” para tentar que os eleitores vão às urnas no domingo e votem no PSD. No tradicional almoço no restaurante da Trindade, em Lisboa, Francisco Pinto Balsemão faltou (por doença) e também Rui Rio (com a justificação de que ia apenas acompanhar o fundador do partido). Fernando Negrão admitiu “sinais de pessimismo”, Morais Sarmento foi breve a justificar apoio a Rangel.
Em mais uma feira, desta vez em Barcelos, Nuno Melo (CDS) recusou ser o “Melinho das feiras”, numa referência à alcunha que Portas ganhou de “Paulinho das Feiras”. “Não, o original é que é bom. Mas o que é bom repete-se. É por isso que nós somos conservadores”, disse.