Hells Angels: arguidos já foram identificados e passam para fase de interrogatório
Ministério Público irá impor as medidas de coacção depois do período de declarações opcional por parte dos arguidos.
Os 17 elementos do grupo Hells Angels detidos na terça-feira por suspeitas de associação criminosa já foram identificados pelo tribunal, seguindo-se agora a fase de depoimento e interrogatório dos arguidos que quiserem falar, segundo um advogado.
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Os 17 elementos do grupo Hells Angels detidos na terça-feira por suspeitas de associação criminosa já foram identificados pelo tribunal, seguindo-se agora a fase de depoimento e interrogatório dos arguidos que quiserem falar, segundo um advogado.
Antes, cerca das 18h30, os arguidos e os seus advogados estiveram a consultar o processo, seguindo-se a identificação dos 17 arguidos, que não foi feita na presença da juíza de instrução responsável pelo processo, Maria Antónia Andrade, e posteriormente comunicarão se pretendem ou não prestar declarações.
Findo o período de declarações/interrogatório, competirá ao Ministério Público promover as medidas de coação que entender e os advogados terão de se pronunciar sobre as mesmas antes de a juíza decidir.
A mesma fonte disse aos jornalistas presentes no local, cerca das 18h45, que existe a vontade de prosseguir os trabalhos, não havendo uma previsão se terminarão ainda esta quarta-feira.
A Polícia Judiciária deteve na terça-feira 17 pessoas em vários pontos do país do grupo Hells Angels, por suspeitas de associação criminosa e o seu primeiro interrogatório judicial foi agendado para hoje no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Na terça-feira, a PJ adiantou que os 17 detidos são homens com idades entre os 29 e os 52 anos e que a operação realizada se insere no mesmo inquérito à ordem do qual se encontram, em prisão preventiva, 41 arguidos, desde Julho de 2018.
Foram executadas dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias e cumpridos mandados de detenção envolvendo a participação de 150 operacionais de várias Unidades da PJ.
Em Março do ano passado, cerca de 20 motards do grupo Hells Angels invadiram um restaurante no Prior Velho, concelho de Loures, distrito de Lisboa, para atacar o grupo “Red&Gold”, criado pelo radical de extrema direita Mário Machado. Os dois grupos rivais entraram em confrontos dentro do estabelecimento comercial, com facas, paus, barras de ferro e outros objectos.
Este episódio de violência levou a PJ a deter os primeiros 58 elementos do grupo de motociclistas Hells Angels em Portugal (a que se somou um outro na Alemanha).
Em Março deste ano, o Tribunal da Relação de Lisboa manteve em prisão preventiva mais seis elementos do grupo, depois de em Fevereiro ter decidido manter a medida de coação mais gravosa a 23 dos outros arguidos.
Os suspeitos estão indiciados, na sua generalidade, da prática de associação criminosa, homicídio qualificado na forma tentada, roubo, ofensas à integridade física graves, ofensas à integridade física qualificadas, detenção de armas proibidas e tráfico de droga.