Depois da Huawei, EUA ponderam alargar lista negra de empresas chinesas
“Guerra fria” tecnológica entre os dois países não dá sinais de abrandamento, com os EUA a visarem novas empresas chinesas.
As autoridades norte-americanas estão a ponderar fechar o acesso à tecnologia norte-americana a mais empresas chinesas, num movimento semelhante ao realizado no início desta semana com a Huawei, noticiam esta quarta-feira as agências noticiosas Reuters e Bloomberg.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As autoridades norte-americanas estão a ponderar fechar o acesso à tecnologia norte-americana a mais empresas chinesas, num movimento semelhante ao realizado no início desta semana com a Huawei, noticiam esta quarta-feira as agências noticiosas Reuters e Bloomberg.
Num sinal de que Washington não tem intenção de recuar na “guerra fria” comercial e tecnológica que mantém com a China, a Casa Branca poderá acrescentar à sua lista negra de empresas chinesas mais alguns nomes importantes. De acordo com a Reuters, um dos alvos seria a empresa de videovigilância Hikvision.
Sediada em Hangzhou e com um valor de mercado de 37 mil milhões de dólares, a Hikvision é considerada neste momento a maior produtora mundial de equipamento de videovigilância. A sua actividade poderia vir a ser fortemente afectada se os EUA impedirem de adquirir tecnologia norte-americana. As notícias de uma possível inclusão na lista negra levaram as acções da Hikvision a cair, no arranque do mercado na China, quase 10%. As acções da Dahua, outra empresa de videovigilância chinesa, também estiveram em forte queda.
De acordo com a agência Bloomberg, para além da Hikvision, outras empresas chinesas estão em risco de entrarem na lista negra dos EUA.
Um alargamento das restrições impostas às empresas tecnológicas chinesas constituiria uma escalada de um conflito que está neste momento a atingir o seu nível máximo. Para além da imposição de taxas alfandegárias mais elevadas por ambas as partes, os EUA passaram a visar directamente as grandes empresas tecnológicas chinesas, com as quais Pequim conta para fortalecer a sua posição de grande potência económica mundial.
A inclusão da Huawei, a segunda maior fabricante de telemóveis do mundo, na lista negra dos EUA pode em particular produzir efeitos significativos para consumidores e outras empresas, já que uma das consequências seria a imposição de dificuldades à Huawei no acesso ao sistema operativo Android. Perante a iminência de um impacto demasiado súbito, os EUA optaram esta terça-feira por suspender por três meses a aplicação de sanções à Huawei.