Weyes Blood e Thurston Moore chegam para continuar a celebrar os 25 anos da ZDB
Natalie Mering, que também passará pelo gnration, e o guitarrista dos Sonic Youth não são as únicas novidades. Também anunciados William Parker, Peter Evans, Prison Religion e Nihvek, o novo projecto de Liz Harris (Grouper)
São 25 anos, é um quarto de século que a lisboeta Galeria Zé dos Bois vem comemorando este ano. Daqui a alguns meses, quando Outubro der lugar a Novembro, haverá lugar a festejos oficiais. Até lá chegar, continuemos a celebrar (e continuemos depois disso). Com concertos, por exemplo. Muitos concertos, como o tão próximo de Julia Holter no Capitólio, dia 29 de Maio (antes, toca no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, dia 27, e no Teatro Municipal da Guarda, dia 28), ou o de Kevin Morby, marcado para o Teatro São Luiz, dia 7 de Julho (dia 8 no gnration, em Braga).
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São 25 anos, é um quarto de século que a lisboeta Galeria Zé dos Bois vem comemorando este ano. Daqui a alguns meses, quando Outubro der lugar a Novembro, haverá lugar a festejos oficiais. Até lá chegar, continuemos a celebrar (e continuemos depois disso). Com concertos, por exemplo. Muitos concertos, como o tão próximo de Julia Holter no Capitólio, dia 29 de Maio (antes, toca no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, dia 27, e no Teatro Municipal da Guarda, dia 28), ou o de Kevin Morby, marcado para o Teatro São Luiz, dia 7 de Julho (dia 8 no gnration, em Braga).
Todos aqueles estavam já em agenda. Pois agora há mais. Apontem-se as novidades: Weyes Blood, Thurston Moore, Nihvek (novo projecto de Grouper), Peter Evans, Prison Religion, William Parker. Do free jazz ao noise, destes à canção como território experimental, há muito por onde escolher, numa diversidade estética que encontra ponto comum na vincada marca autoral de cada um dos músicos e bandas.
Natalie Mering, que assina enquanto Weyes Blood conseguiu em Titanic Rising, o seu celebrado álbum mais recente, aprimorar uma linguagem pop que eleva o formato canção a uma grandiosidade (no cuidado nos arranjos, no primor da composição) que, pela forma como se faz confissão pessoal e reflexão sobre a tumultuosa realidade em volta, só o enobrece. A sua magnífica voz já deixara marca em 2016, com a edição do terceiro álbum, Front Row Seat to Earth, mas com o Titanic Rising revelado há um mês começamos a tê-la por indispensável – Weyes Blood actuará a 6 de Novembro no B. Leza, um dia depois de passar pelo gnration, em Braga. No mesmo dia em que passa pela cidade dos arcebispos (e dos Mão Morta), a Galeria Zé dos Bois promove o regresso de uma música que lhe é especialmente cara.
Liz Harris, que conhecemos como Grouper, nome com o qual assinou Ruins, melhor disco de 2014 no Ípsilon, criado no âmbito de uma residência em Aljezur patrocinada pela ZDB, actuará a 5 de Novembro na Igreja de St. George. Não se apresentará enquanto Grouper, mas sim enquanto Nihvek, o pseudónimo que utilizou na gravação de After its Own Death / Walking in a Spiral Towards the House, álbum duplo composto de quatro longas composições montadas com Mellotron, guitarra ou gravações de campo. Criado em residências nos Açores, no âmbito do festival Tremor, e em Murmansk, Rússia, foi finalizado em casa, em Astoria, no Oregon, Estados Unidos. Dia 13 de Julho, o mesmo local, a Igreja de St. George, será cenário para a apresentação de Thurston Moore, naquele que será um concerto acústico do para sempre guitarrista dos Sonic Youth.
Imediatamente a seguir a Moore, e semana e meia depois do previsível tareão sónico inflingido pelo duo americano Prison Religion (existem na intersecção entre os Death Grips ou os The Ho99o9 e actuam a 4 de Julho), assistiremos a uma estreia, pela mão do trompetista norte-americano Peter Evans.
O recém habitante de Lisboa, cidade para a qual se mudou o ano passado, será protagonista dia 15 de Julho da primeira das noites Peter Evans’ Som Crescendo, através das quais o músico se propõe reunir durante dois dias um conjunto de músicos, oriundos de diversos quadrantes, que apresentarão depois ao vivo o resultado desse laboratório criativo. Para a estreia, Evans terá como convidado o baterista Gabriel Ferrandini. Juntos, seleccionarão os restantes músicos que comporão o combo.
Quatro dias depois do primeiro Peter Evans ‘ Som Crescendo, chegará à ZDB William Parker, o veterano contrabaixista, nome fulcral do free-jazz, cujo nome associamos, entre muitos outros, ao lendário pianista Cecil Taylor, ou aos saxofonistas David S. Ware e Peter Brötzmann. Com ele estarão o baterista Hamid Drake, pelo trompetista Luís Vicente e pelo saxofonista John Dikeman. No dia anterior ao concerto, William Parker dará um workshop aberto a todos os que desejem beber da sabedoria do meste.
Além de todos os nomes já referidos, temos ainda, entre os previamente anunciados, MC Carol (matiné, 2 de Junho; na sequência da actuação, na noite anterior, no Serralves em Festa, no Porto), Cüneyt Sepetçi (matiné, 3 de Junho), os Built To Spill (5 de Junho), Steve Gunn (4 de Setembro) e os Black Midi, banda sensação da música independente britânica (25 de Setembro). Celebração à séria, é bom de ver.