BE apela aos jovens: “coloquem a urgência climática na agenda política”
O Bloco de Esquerda parou no Entroncamento para falar da ferrovia e colocar o ambiente e o caos climático na agenda das eleições, com um apelo directo à geração que saiu à rua para exigir a salvação do planeta.
A necessidade de investir na ferrovia, a urgência de uma resposta às alterações climáticas, o referendo à “gerigonça” e os jovens que votam pela primeira vez nestas eleições. A ementa estava lançada pelo Bloco de Esquerda e foi servida no Entroncamento, distrito de Santarém, num comício que juntou à mesa de jantar mais de 150 apoiantes bloquistas. Ao palco subiram militantes e candidatos ao Parlamento Europeu, que aproveitaram a atenção para mandar farpas à direita e até alguns recados ao Partido Socialista (PS). O encerramento da noite coube a Catarina Martins, uma vez que a candidata Marisa Matias estava, à mesma hora, no debate televisivo transmitido pela RTP.
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A necessidade de investir na ferrovia, a urgência de uma resposta às alterações climáticas, o referendo à “gerigonça” e os jovens que votam pela primeira vez nestas eleições. A ementa estava lançada pelo Bloco de Esquerda e foi servida no Entroncamento, distrito de Santarém, num comício que juntou à mesa de jantar mais de 150 apoiantes bloquistas. Ao palco subiram militantes e candidatos ao Parlamento Europeu, que aproveitaram a atenção para mandar farpas à direita e até alguns recados ao Partido Socialista (PS). O encerramento da noite coube a Catarina Martins, uma vez que a candidata Marisa Matias estava, à mesma hora, no debate televisivo transmitido pela RTP.
A líder bloquista começou a sua intervenção com uma avaliação negativa da campanha eleitoral dos restantes partidos com assento parlamentar em Bruxelas. “As intervenções dos outros partidos é fazer graçolas uns com os outros”, acusou Catarina Martins, dirigindo-se aos apoiantes que enchiam o Centro Cultural do Entroncamento. “Não querem falar muito da Europa”, afirmou. Para a bloquista, a explicação reside na proximidade entre o PS, PSD e CDS, que “têm votado juntos nos grandes dossiers europeus” e por isso “têm dificuldades em explicar as diferenças”.
“Nestas eleições europeias decidimos quem queremos que defenda o nosso país e também a Europa que queremos. Escolher lados é muito importante hoje na Europa e ninguém duvida de que lado está o Bloco de Esquerda”, afirmou.
Catarina Martins apelou aos jovens eleitores, “aos que nunca votaram”, que se mobilizem no domingo para responder “ao maior desafio dos nossos tempos”. Dirigindo-se “àquela geração que colocou a emergência climática na agenda nacional”, a líder bloquista pediu aos jovens que pusessem a cruz do “caos climático” na agenda política. “O clima não sabe onde fica a fronteira entre Portugal e Espanha”, lembrou. “E se há alguma coisa para que tem de servir a União Europeia é para um programa urgente e determinado, para combater o caos climático e defender o planeta. Não há planeta B”, asseverou entre as palmas dos apoiantes, numa das notas mais fervorosas da noite.
Já José Gusmão, que concentrou o seu discurso no subaproveitamento da ferrovia, aproveitou o palco para responder às declarações do socialista Carlos César, que no domingo afirmou que as eleições europeias serão um referendo ao desempenho do Governo. “Em primeiro lugar, registamos que para o partido que diz ser o partido mais europeísta de Portugal, a União Europeia não tem nada a ver com as eleições europeias”, lamentou.
Logo a seguir, Gusmão aproveitou as considerações do socialista para avaliar a participação dos partidos à esquerda do PS, nas medidas usadas como bandeiras pelo PS. “Durante os últimos anos, as politicas que mais fizeram por este país, como o aumento do salário mínimo, o descongelamento de pensões, a tarifa social da energia e o fim das privatizações, resultaram todas de imposições dos partidos à esquerda do Partido Socialista”, vincou José Gusmão.
O dirigente bloquista disponibilizou-se a dissipar eventuais dúvidas e incitou os eleitores a fazerem um exercício. “Para quem quer ver o PS antes de Passos Coelho, com maioria absoluta ou apoiado pela direita, vote PS”, considerou o bloquista, antes de deixar um repto. “Já quem prefere ver o PS depois de Passos Coelho, sem maioria absoluta e condicionado fortemente à esquerda, então vote nessa esquerda. Vote na esquerda que trouxe mudança à politica portuguesa”, desafiou o número dois da lista do Bloco.