Há 20 anos que Maria Alice Medina faz o Caminho. Agora publicou-o em livro

Do Rock a Compostela é o livro apresentado nesta terça-feira, em Lisboa, na Casa Pau Brasil.

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Fernando Veludo/NFactos/Arquivo

Foi há 20 anos que Maria Alice Medina fez o “caminho” pela primeira vez. Sabe a data certa – 21 de Junho de 1999. “Um pedaço de mim ficou lá”, confessa a brasileira formada em Educação Física, fisioterapeuta, acupuncturista e mãe de Roberta Medina, a senhora Rock in Rio. Do Rock a Compostela é o livro que publicou no Brasil com o apoio do Ministério da Cultura e vai lançar nesta terça-feira em Lisboa, na Casa Pau Brasil, no Príncipe Real.

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Foi há 20 anos que Maria Alice Medina fez o “caminho” pela primeira vez. Sabe a data certa – 21 de Junho de 1999. “Um pedaço de mim ficou lá”, confessa a brasileira formada em Educação Física, fisioterapeuta, acupuncturista e mãe de Roberta Medina, a senhora Rock in Rio. Do Rock a Compostela é o livro que publicou no Brasil com o apoio do Ministério da Cultura e vai lançar nesta terça-feira em Lisboa, na Casa Pau Brasil, no Príncipe Real.

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DR

Amiga do escritor Paulo Coelho e da sua mulher Christina Oiticica – que escreveu o prefácio –, depois da separação de Roberto Medina, Maria Alice decidiu aventurar-se pelo caminho de Santiago. Então, aconselhou-a sobre o percurso e sobre as pessoas com quem devia encontrar-se. Disse-lhe que o caminho era uma “busca pessoal, do desconhecido, da certeza de estar num lugar de encontros”, revela ao PÚBLICO.

Mas foi mais do que isso, foi a “descoberta da liberdade, da solidariedade peregrina em que todos ajudam todos, em todos os sentidos”, continua. “Ali, as pessoas não têm máscaras, deixam os enfeites e tudo o que é preciso está na mochila, está às nossas costas. A sensação é plena: comer, dormir e andar. A pessoa está lá e não tem outra coisa para fazer senão caminhar.” Depois da primeira vez, Maria Alice Medina voltou a fazer o caminho mais 13 vezes, só ou acompanhada com família e amigos. Já fez vários percursos, inclusive o português, a partir do Minho, mas é do caminho francês que mais gosta e é o que tem repetido mais.

Ao longo dos anos foi juntando centenas de fotografias e é de imagens que fez o seu livro. “Pensei pedir um patrocínio à Apple porque as fotografias foram todas feitas com um iPhone. Uma peregrina não carrega peso e o telemóvel serve de lanterna, para tirar fotografias, ouvir música, etc.”, brinca. Em vez disso, o livro bilingue, em português e castelhano, teve alguns patrocínios, inclusive do Ministério da Cultura brasileiro. Com pouco texto, o essencial para ajudar quem a lê a reflectir, Maria Alice Medina escolheu frases suas ou de autores conhecidos, de Pessoa a Chaplin. “O caminho é uma jornada rumo à descoberta de você mesmo”, escreve.

No futuro está a pensar em dois novos livros. Um para caminhantes com conselhos sobre exercícios, alimentação, bem-estar – “com a minha experiência de caminhante e o meu olhar de fisioterapeuta”, informa. Outro com as suas fotografias e frases para os 365 dias do ano – “tenho um livro budista que é assim”, justifica. Maria Alice Medina já está a pensar na próxima vez que se vai pôr a caminho. “Eu sou muito feliz caminhando”, confessa.