Diário da campanha, dia 8: Sondagem, regresso e futilidades
O centro deslocou-se muito para a esquerda, observou Pedro Mota Soares. A partir daí, já nada é o que o foi, e o PS passa imune pela linha de Sintra.
Ao oitavo dia, a campanha entrou no sobressalto da sondagem. A da CESOP -Universidade Católica para o PÚBLICO e RTP desvenda que os gritos não eram, afinal, arrufos. E que por há muito estar agendado, não foi apenas a memória, mas uma urgente necessidade, que levou a um regresso. Nada é fútil em tempo eleitoral.
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Ao oitavo dia, a campanha entrou no sobressalto da sondagem. A da CESOP -Universidade Católica para o PÚBLICO e RTP desvenda que os gritos não eram, afinal, arrufos. E que por há muito estar agendado, não foi apenas a memória, mas uma urgente necessidade, que levou a um regresso. Nada é fútil em tempo eleitoral.
Pedro Passos Coelho almoçou em campanha com Paulo Rangel e sem Rui Rio. Funcionou o retrovisor nos discursos. Passos Coelho pode ser apresentado, outro – um subentendido Sócrates, não -, disse Rangel. Passos manteve o rumo discursivo. A denúncia dos truques que o apearam apesar de mais votado e que agora governam o país nas pessoas de António Costa e Mário Centeno. Foi dia em branco para Rio e só dentro de uma semana teremos a dimensão clara do que implica mais este silêncio.
É nas percentagens, nos dez por cento que afastam as listas do PS e do PSD, que está a origem de uma pouco habitual troca de duras palavras à direita. Antes da sondagem revelar a diferença, no terreno, um político experiente como Paulo Rangel tinha tomado o pulso aos militantes. E não gostou do que sentiu. Daí o ataque, no fim do dia 7, ao desperdício de votos em soluções menores, em futilidades. Em contraste com o voto útil.
No oitavo dia de campanha, Assunção Cristas e Nuno Melo reagiram. Esquecida a concórdia do PaF de há cinco anos, a resposta da presidente e do candidato do CDS-PP, subiu a fasquia. Desperdiçar votos pode ser votar na alternância que não é alternativa. Está dito. Começaram as hostilidades numa marcação de partido a partido em torno de votos úteis e inúteis, com Pedro Mota Soares à volta da geometria variável. “O centro deslocou-se muito para a esquerda”, observou.
À esquerda, sem centro, após Marisa Matias ter alertado para o assalto às pensões que poderá vir de Bruxelas, João Ferreira denunciou, horas depois, ao oitavo dia, a privatização da Segurança Social. A marcação temática é impiedosa e, segundo a CESOP, Bloco de Esquerda e PCP movem-se numa estreita diferença de um por cento.
Com o conforto da vantagem, mas sem nunca fiar, nem o estado da CP na linha de Sintra de que foi tutor trouxe descarrilamentos a Pedro Marques, com o seu principal rival Rangel a braços com a ala direita do eleitorado.
Já Paulo Sande e Francisco Guerreiro entram na recta final com a perspectiva da Aliança e do PAN rumarem ao Parlamento Europeu. Seguro que Pedro Santana Lopes reaparece.