FARC defende processo de paz apesar de prisão de dirigente
Jesús Santrich voltou a ser preso minutos depois de sair da prisão. É acusado de tráfico de cocaína para os EUA, mas o MP garante que não irá ser extraditado.
Os líderes das FARC, a antiga guerrilha colombiana transformada em partido político, reuniram-se de emergência este sábado para analisar a prisão do seu dirigente Jesús Santrich, recapturado na sexta-feira, minutos depois de ter sido libertado da prisão.
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Os líderes das FARC, a antiga guerrilha colombiana transformada em partido político, reuniram-se de emergência este sábado para analisar a prisão do seu dirigente Jesús Santrich, recapturado na sexta-feira, minutos depois de ter sido libertado da prisão.
“Apesar das adversidades, continuamos consistentes na defesa do processo [de paz]”, afirma a direcção da antiga guerrilha, que mantém a sigla do tempo da luta armada, embora agora se chame Força Alternativa Revolucionária do Comum. “Pretendem empurrar-nos para a adopção de acções desesperadas que, uma vez materializadas, lhes sejam muito úteis para dar a estocada final no processo” que levou ao acordo de paz de Novembro de 2016, acrescentou o partido num comunicado.
O Ministério Público garante ter novas provas da participação de Santrich no tráfico de droga para os Estados Unidos. A ordem de captura de Seuxis Paucias Hernández, verdadeiro nome de Jesús Santrich, foi confirmada este domingo por juiz de garantias.
Jesús Santrich, de 52 anos, foi acusado há mais de um ano por um grande júri nos Estados Unidos de conspiração para exportar 10 toneladas de cocaína, com um valor de rua de 320 milhões de dólares. Na quarta-feira passada, um tribunal especial ordenou a sua libertação por não haver provas suficientes que o relacionem com o caso, mas Santrich, de 52 anos, só sairia da prisão na sexta-feira, debilitado e em cadeira de rodas, e apenas por alguns minutos.
Depois da sua recaptura foi enviado para o Hospital Méderi, de Bogotá, onde ainda está internado.
O actual Presidente colombiano, Iván Duque, é muito crítico do acordo assinado pelo seu antecessor, Juan Manuel Santos e em Março impediu que fosse aprovada a Jurisdição Especial para a Paz, um sistema para julgar os crimes mais graves do conflito armado e que é a espinha dorsal do acordo. Nele se estabelecem penas alternativas à prisão para todos os antigos combatentes que confessem os seus crimes e indemnizem as vítimas.