Nuno Melo sobre CGD e condecoração a Celeste Cardona: “Que se reavalie seja quem seja”
BE veio lembrar esta semana que a ex-ministra da Justiça do CDS fazia parte do Conselho Alargado de Crédito que aprovou empréstimos a Joe Berardo.
“Ao contrário do BE, eu não tenho duplas perspectivas. Que se apure as responsabilidades seja de quem seja, que se reavalie o que tiver que ser reavaliado, seja quem seja”. É assim que Nuno Melo, eurodeputado e cabeça de lista do CDS às eleições europeias, responde ao PÚBLICO, quando questionado sobre o repto que lhe foi lançado esta semana por Marisa Matias. A candidata do BE lembrou que a ex-ministra da Justiça do CDS, Celeste Cardona, “esteve directa e pessoalmente envolvida naquilo que foram as decisões de conceder 350 milhões de euros em empréstimos a Berardo”, enquanto administradora da Caixa Geral de Depósitos, cargo que ocupou entre 2004 e 2008. “Eu também gostava de saber qual é a opinião de Nuno Melo sobre o papel de Celeste Cardona, sobre o papel de Armando Vara, se acha que a sua camarada de partido deve ou não devolver, ela própria, a sua condecoração, uma vez que foi condecorada pelo Presidente Cavaco Silva”, afirmou.
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“Ao contrário do BE, eu não tenho duplas perspectivas. Que se apure as responsabilidades seja de quem seja, que se reavalie o que tiver que ser reavaliado, seja quem seja”. É assim que Nuno Melo, eurodeputado e cabeça de lista do CDS às eleições europeias, responde ao PÚBLICO, quando questionado sobre o repto que lhe foi lançado esta semana por Marisa Matias. A candidata do BE lembrou que a ex-ministra da Justiça do CDS, Celeste Cardona, “esteve directa e pessoalmente envolvida naquilo que foram as decisões de conceder 350 milhões de euros em empréstimos a Berardo”, enquanto administradora da Caixa Geral de Depósitos, cargo que ocupou entre 2004 e 2008. “Eu também gostava de saber qual é a opinião de Nuno Melo sobre o papel de Celeste Cardona, sobre o papel de Armando Vara, se acha que a sua camarada de partido deve ou não devolver, ela própria, a sua condecoração, uma vez que foi condecorada pelo Presidente Cavaco Silva”, afirmou.
Celeste Cardona integrou ainda o Conselho Alargado de Crédito nesse período, que aprovou em 2006 um empréstimo de 50 milhões de euros a Joe Berardo para este comprar acções do BCP e um novo empréstimo de 350 milhões de euros, em 2007, para o mesmo fim.
Salientando que Cardona teve na CGD o pelouro dos serviços jurídicos, Nuno Melo, que pediu esta semana que fossem retiradas as condecorações do Estado a Berardo, insistiu que o que pretende é que o Estado “investigue, julgue, puna e recupere o dinheiro” que um grupo de empresários (os grandes devedores) deve à Caixa Geral de Depósitos.
“Não sou procurador nem me substituo aos tribunais, não refiro em concreto quem tem responsabilidades”, acrescentou, sem deixar de referir o caso particular da audição parlamentar de Berardo que a seu ver justifica a retirada de condecorações: “Há sem dúvida condições objectivas para essa retirada”.
Celeste Cardona é, aliás, uma das pessoas que serão ouvidas na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD já na semana a seguir às eleições europeias. A sua audição está marcada para dia 30. Nessa semana, serão ouvidos outros ex-administradores como Tomás Correia e Francisco Bandeira.
Segundo o Jornal de Notícias, que ontem fez as contas, sete ex-administradores da Caixa Geral de Depósitos e dez dos grandes devedores do banco público já foram condecorados pelos Presidentes da República. No segundo grupo, para além de Berardo, estão Manuel Fino (Investifino), Américo Amorim (Finpro), Vasco de Mello (AE Douro Litoral), António Vieira Rodrigues (Lena Construções), Horácio Roque (Soil e Fundação Horácio Roque), João Pereira Coutinho (SGC), Guilherme Ricca (EFACEC), Salvador Caetano (Fundação Salvador Caetano) e Hélder Bataglia (Vale do Lobo Resort).