Diário de campanha, dia 6: bye bye política, olá futebol
Este sábado os candidatos às eleições europeias foram atropelados pelo futebol. Quer dizer, para não correrem o risco de serem literalmente atropelados, chegaram-se para o lado. Quer isto dizer que só fizeram campanha até ao início da tarde. Em dia de jogo do campeonato e com os benfiquistas a ansiar pelos festejos, ninguém arriscou andar à caça dos votos enquanto João Félix treinava a pontaria.
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Este sábado os candidatos às eleições europeias foram atropelados pelo futebol. Quer dizer, para não correrem o risco de serem literalmente atropelados, chegaram-se para o lado. Quer isto dizer que só fizeram campanha até ao início da tarde. Em dia de jogo do campeonato e com os benfiquistas a ansiar pelos festejos, ninguém arriscou andar à caça dos votos enquanto João Félix treinava a pontaria.
À hora de almoço, em Viana do Castelo, Pedro Marques (PS), benfiquista ferrenho, já estava sintonizado com o espírito do dia: “É nas urnas que espero ser campeão”. E António Costa acrescentava: “Estas eleições são mesmo como este campeonato, joga-se até ao último minuto”. A crer na sondagem divulgada hoje, o PS tem razões para estar descansado. Fica à frente com clara vantagem em relação ao PSD.
Ao som de Arcade Fire, com a música “No cars go”, a líder bloquista, Catarina Martins, subiu ao palco, num almoço de apoiantes em Lisboa, para apelar ao voto na candidatura do partido às europeias de quem “confiou no BE em 2015 e quem votou na Marisa Matias” nas últimas presidenciais, pedindo que no dia 26 “não fiquem em casa”. Mais inspirada no hino do Sporting ("Só eu sei porque não fico em casa”) do que no Benfica, a líder do BE insistiu que Marisa Matias é que é a campeã: “Campeã do clima, campeã dos Direitos Humanos”.
Paulo Rangel (PSD) não liga muito ao futebol. Fez tiro ao primeiro-ministro e declarou-se o candidato “que vai a todo o lado”. “Os portugueses já sabem que ele é muito habilidoso, mas não se governa com habilidade, governa-se com competência e com frontalidade, é isso que falta ao PS e a António Costa”, disse em Guimarães. Aludindo a O Programa da Cristina, na SIC, o social-democrata respondeu ainda a Costa, rejeitando estar a fazer política-espectáculo: “A mim ninguém me viu com a minha família a cozinhar cataplana”.
Com o CDS a surgir em quinto lugar na sondagem do Expresso e da SIC, atrás de PCP e BE, Nuno Melo (CDS) subiu o tom do discurso da dramatização neste sábado, lançando-se contra os “extremismos de esquerda”.
Em Alcochete, João Ferreira (CDU), colocou a ênfase nos fundos de coesão e na política agrícola comum e acusou os adversários de se deterem apenas em “questões laterais e acessórias” para fugirem a compromissos sobre o que farão em Bruxelas. E fez render a medida de sucesso do Governo de redução do preço dos passes sociais. Em Almada, com Jerónimo de Sousa, teve o primeiro banho de multidão.