Diário de campanha, dia 5: O voto dos ecologistas anda à solta
A versão verde da campanha tem-se intensificado dia após dia. Nuno Melo foi o mais ostensivo, quando andou a apanhar lixo nas praias de Viana do Castelo, mas de Paulo Rangel (PSD) a Vasco Santos (MAS) já quase todos os candidatos se referiram às alterações climáticas e ao ambiente.
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A versão verde da campanha tem-se intensificado dia após dia. Nuno Melo foi o mais ostensivo, quando andou a apanhar lixo nas praias de Viana do Castelo, mas de Paulo Rangel (PSD) a Vasco Santos (MAS) já quase todos os candidatos se referiram às alterações climáticas e ao ambiente.
Esta sexta-feira, foi a CDU que soltou a sua veia ecologista - o PEV - e introduziu a questão ambiental. João Ferreira apontou propostas concretas, entre as quais a criação do Observatório Europeu da Seca, que interessa particularmente aos agricultores. No mesmo dia, o PAN informou que vai realizar uma “acção de limpeza e compensação” da sua pegada ecológica. Mais de 500 pessoas estão inscritas. Membros do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia juntam-se ao cabeça de lista do PAN, Francisco Guerreiro, para participar na iniciativa.
A questão ambiental está a criar uma disputa renhida de votos, mesmo tratando-se de eleições europeias ou sobretudo por isso. Vai ser curioso perceber quem vai conseguir captar a simpatia dessa franja eleitoral. Já se nota que ninguém quer descurar os votos dos ecologistas. Nem dos amigos dos animais - caso contrário Marisa Matias não teria aproveitado a campanha para visitar a Associação Gatos Urbanos.
Ambiente à parte, a actualidade nacional não tem ficado do lado de fora da campanha. Depois de Joe Berardo se ter transformado num assunto que quase todos - não todos - quiseram comentar, o CDS fez esta sexta-feira questão de assinalar uma efeméride: o quinto aniversário da saída da troika. Mas o assunto nacional do dia, que levou João Ferreira a explicar-se vezes sem conta, foi questão do alargamento dos manuais gratuitos ao terceiro ciclo e ensino secundário.
O comunista repetiu que “não há nenhum limite no orçamento que impeça a concretização da medida”, em resposta ao relatório do Tribunal de Contas segundo o qual há uma suborçamentação de 100 milhões de euros na despesa do Ministério da Educação que pode crescer para 150 milhões, no cenário de prolongamento da medida até ao secundário. Marisa Matias acabou por falar também sobre a questão: “Eu acredito que esta medida não pode ser posta em causa, nem deve ser posta em causa porque é uma medida fundamental”, alertou.
O que acabou por ser pouco comentado pelos candidatos, apesar de ter marcado o dia político e de poder ter implicações na campanha, foi o anúncio de acordo entre a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários Públicos de Mercadorias (Antram) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP). Durante a madrugada, a greve anunciada para o penúltimo dia em que os partidos e candidatos andam na estrada foi desconvocada. Assunto encerrado. Depois dos professores, há ainda mais paz social na “estrada” das eleições.