Jorge Palma e poesia na noite em que Catarina Martins se emocionou a falar de refugiadas
O Bloco de Esquerda escolheu o feminismo como tema do comício da noite desta quinta-feira em Coimbra.
Não foi o único momento do discurso em que a coordenadora do Bloco de Esquerda se emocionou. Mas aquele em particular, quando falou das mulheres que preferem pôr os filhos no mar do que mantê-los no perigo da terra, foi pouco disfarçável. No comício desta quinta-feira, em Coimbra, Catarina Martins centrou a intervenção na defesa dos direitos das mulheres, das mais novas às mais velhas, das que trabalham, das desempregadas, das que cuidam, das migrantes, das que limpam os corredores do Parlamento, em Lisboa, ou das instituições europeias, em Bruxelas e Estrasburgo.
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Não foi o único momento do discurso em que a coordenadora do Bloco de Esquerda se emocionou. Mas aquele em particular, quando falou das mulheres que preferem pôr os filhos no mar do que mantê-los no perigo da terra, foi pouco disfarçável. No comício desta quinta-feira, em Coimbra, Catarina Martins centrou a intervenção na defesa dos direitos das mulheres, das mais novas às mais velhas, das que trabalham, das desempregadas, das que cuidam, das migrantes, das que limpam os corredores do Parlamento, em Lisboa, ou das instituições europeias, em Bruxelas e Estrasburgo.
A noite começou com a actuação de Jorge Palma que tocou temas como Jeremias O Fora da Lei, passando por Na terra dos sonhos, até Portugal, Portugal, num momento que teve direito também a tradução para Língua Gestual Portuguesa (LGP). E num comício que contou, aliás, com a intervenção do 10.º candidato das listas do Bloco às europeias, Amílcar Morais – o professor de LGP surdo que quer pôr dos direitos da comunidade surda na agenda política. No Pátio da Inquisição, em Coimbra, houve ainda tempo para a poesia, pela mão do mandatário António Capelo que citou Ruy Belo: “No meu país não acontece nada”.
Já o tema do feminismo foi introduzido por Maria Eugénia Palop, da Unidas Podemos, e seguido por Catarina Martins que, depois de considerar que o BE tem uma campanha com uma “alegria que não é graçola”, fez o grande elogio da noite às mulheres e à luta feminista. Falou das operárias que defendem as fábricas, das precárias, das despedidas quando engravidam, das cuidadoras que deixam de trabalhar para cuidar de familiares, das refugiadas, das que são vítimas de violência doméstica, das que limpam o parlamento nacional e o europeu, entre muitos outros exemplos. Tudo para deixar claro que o BE tem uma “agenda feminista” que representa “todo um programa de direitos humanos”. Mais, sublinhou: em 17 cabeças de lista nestas eleições, só há uma mulher: Marisa Matias.
A candidata, em casa e com a família na plateia, também alinhou no discurso feminista, lembrando, por exemplo, que redigiu um relatório aprovado no Parlamento Europeu que incluía vários dados sobre desigualdades salariais entre homens e mulheres, desigualdades nas pensões e que, entre outros números, aponta para que 80% dos cuidadores informais na União Europeia sejam mulheres.
Entre outros temas, a candidata apontou novamente baterias à existência de Parcerias Público-Privadas na saúde, criticou o PS por ter recuado na Lei de Bases da Saúde e considerou que há muitos socialistas que se “envergonham” com essa mudança.