“Há uns que falam, falam, falam” e Costa não os viu a fazer nada

O primeiro-ministro usou a rábula dos Gato Fedorento para acusar Paulo Rangel de nada fazer pelo interior do país. Já Pedro Marques fez muitos quilómetros por alguém.

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António Costa apareceu pela quarta vez na campanha LUSA/MIGUEL A. LOPES

A piada foi feita pelo próprio primeiro-ministro, que recorreu à rábula de Ricardo Araújo Pereira do “homem a quem parece que aconteceu não sei o quê” para criticar Paulo Rangel e a sua falta de trabalho pelo interior do país durante os dez anos em que este é eurodeputado: “Há uns que falam, falam, falam, e outros que fazem. É preciso saber quem são os que falam e os que fazem”.

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A piada foi feita pelo próprio primeiro-ministro, que recorreu à rábula de Ricardo Araújo Pereira do “homem a quem parece que aconteceu não sei o quê” para criticar Paulo Rangel e a sua falta de trabalho pelo interior do país durante os dez anos em que este é eurodeputado: “Há uns que falam, falam, falam, e outros que fazem. É preciso saber quem são os que falam e os que fazem”.

Está bom de saber que o desafio em tom de adivinha não era de difícil resolução. Paulo Rangel seria o que “fala”, Pedro Marques o que “faz”. “Em dez anos, o que é que Paulo Rangel fez pelo interior do país a não ser vir agora aqui andar de helicóptero?”. A pergunta do secretário-geral, gritada aos microfones num jantar-comício na Covilhã, seria bem ouvida pelo convivas barulhentos, que só pararam de conversar com tanta intensidade durante as intervenções de Pedro Marques e de António Costa. A pergunta puxaria pelos apupos da plateia.

Já Pedro Marques, referiu, o candidato socialista às europeias, “tomou decisões fundamentais” enquanto foi ministro do Planeamento e das Infra-estruturas. Entre elas, colocou o IC31 no programa de Investimentos 2030, a estrada que está por concluir para ligar Castelo Branco a Espanha. Outra obra pelo interior do ex-ministro-agora-candidato foi, disse Costa, a ligação ferroviária entre a Covilhã e a Guarda. Ou, como diria Marco do Big Brother, que inspirou a rábula dos Gato Fedorento retomada por António Costa, Pedro Marques “fez muitos quilómetros” pelo interior. 

Perante esta diferença, Costa conclui, dirigindo-se à direita: “Percebo que isso lhes custe muito, que lhes dói muito, e é por isso em vez de terem alguma coisa para dizer a bem pela Europa e por Portugal, alguma coisa de útil a dizer aos portugueses, a única coisa que são capazes de dizer é mal, mal, mal do PS. Não é para isso que alguém é útil na política, porque a política não é local da maledicência, é local para o bem-fazer e é por isso que nós estamos aqui na política”.

Antes de António Costa tinha discursado o candidato socialista, que se dirigiu sobretudo aos jovens, à boleia do discurso de João Galamba, que tinha recordado uma proposta do PSD de criação de uma agência para ajudar os emigrantes. Disse Marques que a opção do PS é pela inovação e por “salários em condições para os jovens ficarem em Portugal e não serem convidados a emigrar como aconteceu ao longo de 4 anos”, disse. “Não queremos agências de emigração, queremos agências de inovação”, reforçou.