Segundo restaurante solidário do Porto vai abrir dentro de dias

Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano vai receber o segundo restaurante solidário da cidade e inclui espaço de formação para sem-abrigo. O terceiro restaurante prometido está a ser pensado para a zona da Boavista

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Fernando Veludo/NFACTOS

A promessa ficou lavrada em acta numa reunião camarária de Novembro de 2018. Depois da abertura do primeiro restaurante solidário da cidade, em 2016, o vereador com o pelouro da Coesão Social, Fernando Paulo, garantia que no ano de 2019 o Porto veria nascer mais duas unidades do género. Para já, dando resposta ao “número crescente de utilizadores destes espaços”, a Câmara do Porto vai levar à reunião da próxima terça-feira a proposta de inaugurar, “de imediato”, um segundo restaurante nas instalações do Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano. O “processo para a abertura” do terceiro, na zona da Boavista, está também a decorrer.

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A promessa ficou lavrada em acta numa reunião camarária de Novembro de 2018. Depois da abertura do primeiro restaurante solidário da cidade, em 2016, o vereador com o pelouro da Coesão Social, Fernando Paulo, garantia que no ano de 2019 o Porto veria nascer mais duas unidades do género. Para já, dando resposta ao “número crescente de utilizadores destes espaços”, a Câmara do Porto vai levar à reunião da próxima terça-feira a proposta de inaugurar, “de imediato”, um segundo restaurante nas instalações do Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano. O “processo para a abertura” do terceiro, na zona da Boavista, está também a decorrer.

Cumprindo a estratégia já antes divulgada, a autarquia vai concentrar a “preparação e confecção das refeições” no Hospital Joaquim Urbano, onde desde Setembro passado funciona o centro de acolhimento de emergência de cidadãos sem-abrigo. Para isso, o hospital aceitou ceder ao município um pavilhão de internamento das suas antigas instalações, a cozinha, o refeitório e um espaço das antigas oficinas.

A mudança - além da localização dos restaurantes, inicialmente previstos para o edifício da Junta de Freguesia de Massarelos e para o Largo de Tito Fontes - acontece na escolha do parceiro desta iniciativa. Em vez da Associação CASA - Centro de Apoio aos Sem-abrigo, passará a ser a SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria a responsável pela confecção e distribuição das refeições. Mas não só.

A ideia passa por envolver as pessoas do centro de alojamento temporário de emergência, ou de outros locais do género, no trabalho na cozinha, “com vista à sua reabilitação e inserção na vida activa”, lê-se na proposta. A SAOM fica assim incumbida de confeccionar e distribuir as refeições, mas também de realizar “acções de formação em hotelaria, nomeadamente cursos de cozinha com o objectivo de contribuir para a reinserção social”.

Para a parceria, válida pelo prazo um ano, o executivo de Rui Moreira reservou um montante máximo de 165 mil euros. A rede de restaurantes solidários é uma das quatro iniciativas municipais da estratégia de integração de pessoas sem-abrigo, integradas num plano nacional. Além desta rede, a câmara tem o centro de acolhimento Joaquim Urbano, criou uma equipa multidisciplinar e o desenvolveu de um programa de alojamento de longa duração.

No documento camarário sobre a estratégia para esta população, e de acordo com contagens feitas por movimentos de voluntários, estima-se que vivam nas ruas do Porto, “com carácter mais ou menos permanente”, cerca de 120 pessoas.

Os últimos dados do NPISA Porto - Núcleo de Planeamento Intervenção Sem-Abrigo do Porto dizem respeito aos anos de 2014 e 2015 e incluem, além de sem-abrigo, pessoas a serem acompanhadas por técnicos desta equipa ou quem tenha passado apenas temporariamente pela cidade. Em 2014, havia 929 pessoas sinalizadas e em acompanhamento, sendo 154 casos novos. No ano seguinte, o NPISA registou 721 pessoas, com 110 casos novos. Nesses dois anos, morreram 28 pessoas nas ruas​.