Comissão de Utentes avança com protesto contra supressão de carreiras na Soflusa

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro vai fazer uma acção de protesto na próxima sexta-feira.

Foto
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro vai fazer uma acção de protesto na próxima sexta-feira Ricardo Lopes

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro (CUSPAS) anunciou que vai fazer na sexta-feira uma acção de protesto contra a situação na Soflusa, responsável pela ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa, que tem suprimido carreiras.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro (CUSPAS) anunciou que vai fazer na sexta-feira uma acção de protesto contra a situação na Soflusa, responsável pela ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa, que tem suprimido carreiras.

“No sentido de exigir mais respeito pelos utentes e por uma resolução urgente destes alegados constrangimentos, a Comissão de Utentes convoca uma tribuna/concentração de protesto a realizar na próxima sexta-feira, 17 de Maio, entre as 17:00 e as 19:00, junto do terminal fluvial da Soflusa, na estação do Sul e Sueste em Lisboa”, informou a comissão em comunicado.

A Soflusa anunciou na terça-feira não conseguir prever quando vai repor as ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, que começaram a ser suprimidas desde sexta-feira devido à falta de mestres.

Em resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a Soflusa esclareceu que, “dada a escassez de tripulantes habilitados a exercer a função de mestre, ainda que existam esforços da empresa e um diálogo permanente com a comissão de trabalhadores e sindicatos, não pode prever a reposição da normalidade operacional”.

A Comissão de Utentes considera que a situação na Soflusa é de “completo caos com graves consequências para os utentes”, salientando a necessidade de serem tomadas medidas de emergência.

“A CUSPAS responsabiliza o conselho de administração da Soflusa pelas eventuais consequências que decorram deste quadro de desrespeito pelos utentes. Esta situação, conforme as comissões de utentes têm vindo a alertar, decorre da total ausência de investimentos na renovação da frota e da não contratação de pessoal, sobretudo ao nível da navegação”, acrescenta.

Frederico Pereira, do Sindicato da Marinha Mercante, afecto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), afirmou à Lusa que os sindicatos estiveram hoje numa reunião com o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, que anunciou a contratação de seis marinheiros.

“Na reunião, o que nos foi dito é que existe já um concurso interno para passar quatro marinheiros a mestres e que foi aberto um concurso para a contratação de seis marinheiros. Consideramos que estas contratações são insuficientes para enfrentar as necessidades”, salientou Frederico Pereira.

O sindicalista alertou que a situação na empresa se tem vindo a agravar e que aumentaram o número de carreiras suprimidas na ligação entre Barreiro e Lisboa.

“Um dos mestres adoeceu [na semana passada] durante o serviço e não existem tripulações para substituir”, exemplificou, assinalando que “os mestres já estão a fazer muitas horas extraordinárias e não aguentam, alguns deles estão a recusar fazer horas”.

Nesse sentido, “existe já um pré-aviso, a partir de 23 de Maio, para uma greve dos mestres às horas extraordinárias”, frisou.

A Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa, enquanto a Transtejo, que faz parte do mesmo grupo, assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa.