Chegou a troika das ajudas a Marques: os passes sociais, a economia e o Governo
O candidato socialista às europeias acredita que a “campanha está a correr muito bem”. Pedro Marques quer apostar na Europa em medidas que ajudem a combater as alterações climáticas.
De uma assentada apareceram dois ministros e o primeiro-ministro para dar aquele empurrãozinho à campanha de Pedro Marques às eleições europeias. E ajudaram a trazer ao candidato novos elementos para o discurso. O crescimento da economia e os passes sociais foram os dois temas abordados quer por Matos Fernandes, como por Pedro Marques e António Costa. Há tempos, o partido negava o eleitoralismo da medida, hoje usou-a como bandeira de campanha.
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De uma assentada apareceram dois ministros e o primeiro-ministro para dar aquele empurrãozinho à campanha de Pedro Marques às eleições europeias. E ajudaram a trazer ao candidato novos elementos para o discurso. O crescimento da economia e os passes sociais foram os dois temas abordados quer por Matos Fernandes, como por Pedro Marques e António Costa. Há tempos, o partido negava o eleitoralismo da medida, hoje usou-a como bandeira de campanha.
“Esta é uma das medidas de referência que vai fazer caminho na Europa. Uma medida que nos pode orgulhar como socialistas”, disse Pedro Marques a partir do púlpito num comício em Almeirim, distrito de Santarém.
A chegada da medida em força à campanha foi englobada no âmbito do tema da noite: o combate às alterações climáticas. O mote foi dado pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, presente na campanha enquanto apoiante. “Há todo um governo a apostar nas alterações climáticas”, disse, incluindo aquele que já o foi e agora é o candidato que apoia. Disse Matos Fernandes que foi possível comprar novos autocarros e expandir o metropolitano de Lisboa e do Porto por causa do anterior ministro das Infra-estruturas e Planeamento: “Se não fosse o Pedro [Marques] isso não tinha sido feito”, referiu.
O ministro começou no seu discurso por dar uma picada à líder do CDS, Assunção Cristas por esta ter falhado no seu papel enquanto ministra do Ambiente: “Ser ministro do Ambiente é fácil, antes disto era o vazio (…). Era tudo tão mau, por isso ser ministro do Ambiente é fácil”.
Pedro Marques aproveitaria a deixa e falaria de três preocupações do partido que quer levar para Bruxelas. A primeira é a de “combater o desperdício dos plásticos descartáveis”. Depois, é preciso olhar para a energia. “Temos uma proposta em que fomos e somos liderantes em Portugal, na energia eólica. Temos muito mais para fazer na Europa”. Continuando no tema da energia, propõe mais investigação e mais interligações para “sermos mais eficientes”. “O planeta é finito e estamos a usar demasiados recursos do planeta”. Por fim, a mobilidade. Usando as palavras de Matos Fernandes e lembrando o que fez na promoção do transporte público através da “reprogramação do Portugal 2020”.
António Costa juntou-se ao coro. Aqui no papel de secretário-geral, Costa pediu o voto nas europeias porque é preciso ter força “global” até porque nesta luta pelo clima não é possível contar com Donald Trump. “Só com uma União Europeia forte é possível liderar à escala global. Essa tem de ser uma ambição global, é no local que conseguimos ter os resultados necessários foi com medida com o nosso passe social”, referiu juntando dois em um.
Matos Fernandes e António Costa foram os únicos a discursar como membros do Governo, mas Pedro Marques teve ainda ao seu lado o ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva. “Alguns dos melhores do nosso Governo. Bons amigos”. Amigos do Governo que o ajudam na campanha de “falar das coisas que importam e não das campanhas sujas e dessas coisas que não interessam nada”.
Na troika das ajudas desta noite a Pedro Marques, que tem sofrido neste início de semana com críticas à falta de mobilização do partido e à fraca dinâmica da campanha, chegaria ainda a economia pelas mãos do primeiro-ministro. O Instituto Nacional de Estatística divulgou os resultados do primeiro trimestre que dão conta de um crescimento de 1,8% do PIB, o que denota um aceleramento da economia. António Costa fez questão de o frisar: “Ainda hoje o Instituto Nacional de Estatística veio confirmar aquilo que pressentíamos, mas que muitos tendiam a dizer que não era possível: a economia mundial está em desaceleração, a europeia está em desaceleração, a alemã está em desaceleração, o que o INE veio dizer é que Portugal não está em desaceleração e acelerou, cresceu mais do que estava a crescer puxada pelo investimento das empresas”, referiu.
As noites parecem correr melhor ao candidato socialista que feliz pela mobilização de uma sala ao jantar de centenas de pessoas em Almeirim levaria seis minutos a agradecer a “força” que lhe estão a dar. No balanço, num tom que se repetido pode chegar a parecer auto-convencimento, Marques acreditou: “A nossa campanha tem corrido bem e correu muito bem na pré-campanha, falamos com milhares de pessoas”.