Must, a wine summit está de volta ao Estoril em Junho

Ambiente, pontuações, a influência dos homens no perfil dos vinhos mais apreciados. São alguns dos temas da cimeira Must Fermenting Ideas onde especialistas nacionais e internacionais vão debater o mundo do vinho.

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Uma das sessões de provas de vinho que acontecem ao final da tarde durante o Must dr

Que importância têm, na realidade, as pontuações dos vinhos? Lisa Perrotti-Brown é, provavelmente, uma das pessoas melhor colocadas para responder a esta pergunta. Editora executiva da Robert Parker Wine Advocate, publicação fundada pelo influente Robert Parker (o homem que espalhou pelo mundo o seu sistema de pontuação, marcando com isso o perfil de muitos vinhos), Lisa defende hoje que as pontuações são importantes, “mas não são tudo”.

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Que importância têm, na realidade, as pontuações dos vinhos? Lisa Perrotti-Brown é, provavelmente, uma das pessoas melhor colocadas para responder a esta pergunta. Editora executiva da Robert Parker Wine Advocate, publicação fundada pelo influente Robert Parker (o homem que espalhou pelo mundo o seu sistema de pontuação, marcando com isso o perfil de muitos vinhos), Lisa defende hoje que as pontuações são importantes, “mas não são tudo”.

Vai ser possível ouvi-la explicar porquê na edição de 2019 da wine summit Must Fermenting Ideas, que acontece no Centro de Congressos do Estoril entre 26 e 28 de Junho. Organizado pelo jornalista Paulo Salvador e pelo crítico de vinhos Rui Falcão, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, o evento pretende alargar o debate sobre vinho a áreas que vão da sustentabilidade à importância do sexo na apreciação desta bebida – Felicity Carter, editora-chefe da Wine Business International e presença habitual no Must, vai falar sobre “Vinho no Masculino”, ou seja, “como é que um sector tomado por homens e os seus paladares pode ter definido ou condicionado os parâmetros da indústria”.

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Uma das palestras da edição de 2018 dr

A forma como se comunica o vinho hoje tem sido outro tema constante nas edições do Must. A deste ano terá como orador Paul Mabray, que depois de vinte anos ligado à indústria do vinho, se tornou recentemente especialista em redes sociais e fará uma apresentação intitulada “Ouvir, mudar, adaptar e transformar, as palavras-chave do vinho”.

O primeiro dia começa com uma apresentação de Adam Lechemere, jornalista freelance e editor da revista Club Oenologique, que lança uma pergunta: “Poderá o enoturismo existir sem o envolvimento dos produtores?”. O enoturismo tem, aliás, sido outro tema muito presente no Must, tal como as questões ambientais, que desta vez passarão pela palestra da jornalista e activista Valèry Laramée de Tannenberg, que irá apresentar o projecto Bordeaux 2050, “uma iniciativa académica sobre alterações climáticas que resultou num vinho futurista que prevê um conjunto de alterações possíveis naquela que é a mais famosa região de vinhos do mundo”, naturalmente preocupada, como muitas outras, com o aquecimento global.

Ainda as alterações climáticas noutra apresentação, a do espanhol Miguel A. Torres, presidente das Bodegas Torres, que “dedica muito do seu tempo a encontrar soluções para reduzir e tornar mais eficiente o uso da água na produção de vinho” – “Seca e gestão de água na vinha” é o título.

Uma das grandes referências mundiais da crítica de vinhos, Eric Asimov, do The New York Times, volta ao Must, onde já esteve em 2017, desta vez para falar de “Vinhos modernos, técnicas antigas”. E, porque se tornaram um tema incontornável nos dias de hoje, os vinhos naturais serão abordados por uma das produtoras pioneiras deste movimento, Isabelle Legeron, a fundadora da RAW Wine, feira dedicada aos vinhos biológicos e naturais, que começou como um pequeno projecto e foi crescendo até se tornar um evento de referência para os defensores dos vinhos com intervenção mínima dos enólogos ou produtores.

Entre os oradores portugueses está um dos organizadores do evento, o crítico Rui Falcão, que irá falar de Colares, deixando uma interrogação provocatória: será esta “a região mais inesperada do planeta?”. António Graça, director de Pesquisa e Desenvolvimento da Sogrape, irá, por seu lado, apresentar “O projecto do genoma da videira portuguesa”, “não só pelo número impressionante de castas nativas portuguesas (283), mas também pelo caminho sui generis e criticado por muitos, que esta investigação seguiu inicialmente”.

O preço dos bilhetes para assistir ao Must é de 300 euros, o que inclui os três dias de sessões – com almoços e um final de tarde com prova de vinhos no Forte da Cruz, no Estoril (as inscrições são feitas exclusivamente online).