“Quem representa os trabalhadores nunca pode achar que quanto pior, melhor”, avisa Jerónimo

Líder comunista defende a opção do PCP de “estar ao lado dos trabalhadores”, mas usa termos que se aproximam mais de uma espécie de defesa e justificação do acordo que fez com o Governo e o PS em 2015.

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São 1751 postais assinados um a um, à mão, por delegados e dirigentes sindicais, e membros de comissões de trabalhadores, e João Ferreira diz que são pesados - nos gramas e na responsabilidade pela confiança que depositam na lista de candidatos da CDU ao Parlamento Europeu.

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São 1751 postais assinados um a um, à mão, por delegados e dirigentes sindicais, e membros de comissões de trabalhadores, e João Ferreira diz que são pesados - nos gramas e na responsabilidade pela confiança que depositam na lista de candidatos da CDU ao Parlamento Europeu.

Nos postais, entregues nesta terça-feira à tarde aos candidatos numa sessão pública em Lisboa, aqueles activistas afirmam que hoje existe uma “ofensiva geral contra os direitos dos trabalhadores” e defendem que “uma outra Europa é possível”. Acrescentam que é “imperativo valorizar o trabalho e os trabalhadores; defender e promover a produção nacional e os sectores produtivos, o controlo público dos sectores estratégicos”, assim como “combater a corrupção e as injustiças sociais; afirmar a soberania nacional”.

Na sessão esteve o líder da CGTP, Arménio Carlos, que não se coibiu de criticar até a UGT: “Ao aliar-se ao PSD, ao CDS, ao grande patronato e à UGT, o Governo do PS não só tenta manter a política laboral de direita como perspectiva novos passos na ofensiva contra o direito do trabalho e dos trabalhadores e no ataque ao sindicato de classe e à Constituição.” Arménio Carlos vincou a necessidade de aumento geral dos salários, incluindo do salário mínimo para os 850 euros a curto prazo.

De Jerónimo de Sousa veio uma espécie de revisão da matéria dada sobre questões laborais, falou sobre as propostas do PCP para a revisão do Código de Trabalho, sobre a ameaça de demissão do Governo para defender que os professores não estão a “exigir de mais” e têm toda a razão na sua reivindicação - afinal, ainda há pouco tempo o Governo “atirou mais umas centenas de milhões de euros para o Novo Banco”.

Ainda que subsista “um mar de problemas que precisam de resposta”, Jerónimo fez também elogios ao muito que se “avançou” nesta legislatura. E, pegando numa ideia que já tinha deixado ontem à noite no discurso na Casa do Alentejo, voltou a justificar-se pela opção do PCP de assinar a posição política conjunta com o Governo.

“Sim, nós fizemos uma opção! A opção de estar ao lado dos trabalhadores e dos seus direitos! A opção de de avançar e não andar para trás! Quem representa os trabalhadores nunca pode achar que quanto pior, melhor”, vincou Jerónimo de Sousa. Para logo acrescentar: “Quanto pior, pior! E o que fizemos foi num quadro muito difícil: conseguir avanços muito significativos que continuam a marcar esta fase da vida política nacional.”