CDU quer um novo pacto social e de emprego que substitua o Programa de Estabilidade e Crescimento
João Ferreira foi ao portão da OGMA, em Alverca, fazer campanha. Desde que a maior parte da empresa foi privatizada em 2004, perdeu trabalhadores, saber fazer, encomendas e poder no mercado.
Na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, não há laboração contínua mas apenas dois turnos por dia e, pelo menos na questão do horário, os trabalhadores não são tão penalizados como os da Autoeuropa. Mas isso não significa que a situação das antigas oficinas de material aeronáutico, agora concessionadas à brasileira Embraer, seja muito melhor do que na empresa de Palmela, na descrição do eurodeputado João Ferreira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, não há laboração contínua mas apenas dois turnos por dia e, pelo menos na questão do horário, os trabalhadores não são tão penalizados como os da Autoeuropa. Mas isso não significa que a situação das antigas oficinas de material aeronáutico, agora concessionadas à brasileira Embraer, seja muito melhor do que na empresa de Palmela, na descrição do eurodeputado João Ferreira.
Depois de ter sido privatizada a 65% pelo executivo de Durão Barroso em Maio de 2004, “seguiu o caminho de outras empresas privatizadas: diminuição do emprego, dos direitos, da qualidade do emprego, da actividade da empresa e generalização da precariedade laboral”.
Ao PÚBLICO, João Ferreira especificou que os trabalhadores se queixam da “constante saída de quadros superiores e operários qualificados que são ‘apetecíveis’ para empresas de outros países, onde vão ganhar mais e ter melhores condições de trabalho”. Além desta perda de ‘saber fazer’ e da experiência e conhecimento acumulado, houve também uma quebra de encomendas e redução de trabalhadores, a que se soma o “aumento de acidentes de trabalho”.
O candidato da CDU, que esteve quase uma hora a distribuir panfletos ao portão da fábrica junto ao Tejo, apanhando quem ia a entrar para o turno da tarde e quem estava a sair, pegou nos exemplos das empresas para insistir na sua proposta para a instituição do princípio da não-regressão ao nível da União Europeia. E somou-lhe outra proposta da CDU complementar que prevê a criação de um pacto para o progresso social e emprego na Europa que substitua o actual Programa de Estabilidade e Crescimento e que fixe objectivos de pleno emprego.
“Há muitos anos que a União Europeia deixou de falar do pleno emprego. Temos de retomar esse objectivo e o de convergência no progresso de normas e direitos sociais”, argumentou João Ferreira aos jornalistas. Este pacto para o progresso social e emprego definiria “critérios de convergência no plano social”, com normas e direitos que não poderão regredir como tem acontecido nos últimos anos.
O eurodeputado insistiu na necessidade de se aproveitar o desenvolvimento científico e tecnológico para criar condições para compatibilizar a vida profissional com a familiar, “diminuir a jornada laboral sem perda de salário” e a idade da reforma.