Juros na habitação renovam mínimos com queda de spreads
Desde o final de 2018, a taxa de juro média já caiu cinco pontos base. Montante de empréstimos voltou a subir em Março, para habitação e consumo
A forte redução da margem dos bancos (spread) nos empréstimos à habitação está reflectida na taxa média dos novos contratos, que é cada vez mais baixa. O valor, em Março, caiu um ponto base face a Fevereiro, para 1,36%, mas já caiu cinco pontos base desde Dezembro, para mínimos historicamente baixos.
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A forte redução da margem dos bancos (spread) nos empréstimos à habitação está reflectida na taxa média dos novos contratos, que é cada vez mais baixa. O valor, em Março, caiu um ponto base face a Fevereiro, para 1,36%, mas já caiu cinco pontos base desde Dezembro, para mínimos historicamente baixos.
A taxa de juro média está a cair desde Janeiro e volta a aproximar-se do mínimo atingido em 2018, de 1,34%. A TAEG, a taxa de juro que reflecte todos os encargos do empréstimo, também está a descer desde o início do ano, tendo caído nove pontos base, para 2,38%.
O montante de crédito concedido voltou a aumentar em Março, totalizando 870 milhões de euros, o valor mais alto do corrente ano. Neste mês, e no conjunto dos dois tipos de crédito, habitação, consumo e outros fins, as instituições financeiras emprestaram aos particulares perto de 1500 milhões de euros. Embora não sendo visível, os novos créditos estão a ser feitos num quadro de regulação mais apertado por parte do Banco de Portugal que, em face dos sinais preocupantes de endividamento das famílias, estabeleceu uma medida macroprudencial para o crédito com vista a controlar os critérios de concessão de empréstimos.
No crédito à habitação, e face a Fevereiro, o aumento foi de 136 milhões de euros. Desde o início do ano, foram concedidos 2351 milhões de euros de empréstimos para a compra de casa, mais 115 milhões de euros que no primeiro trimestre de 2018.
Para aquisição de bens de consumo e para outros fins, os bancos voltaram a aumentar os volumes concedidos e a reduzir significativamente o custo do dinheiro, totalizando, nos dois segmentos, 581 milhões de euros.
O crédito ao consumo atingiu 389 milhões de euros, contra 365 milhões em Fevereiro, e 338 milhões em Janeiro. A taxa média fixou-se em 7,13%, em queda face aos 7,22% e 7,30% dos dois meses anteriores.
O crédito para outros fins (saúde, educação, férias e outros) totalizou 192 milhões de euros, o montante mensal mais elevado desde Junho de 2017. Este tipo de crédito foi o que registou maior descida na taxa de juro média, que se fixou em 3,6%, contra 4,06% e 4,40% nos primeiros dois de 2019.