Mergulho inédito até ao ponto mais fundo dos oceanos encontrou plástico
Explorador norte-americano quebrou o recorde de mergulho mais profundo de sempre: desceu 10.927 metros abaixo da linha do mar, bem no fundo da fossa das Marianas, no Pacífico.
Foi uma vitória com sabor agridoce: um explorador norte-americano quebrou o recorde de mergulho mais profundo de sempre, mas no fundo da fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, Victor Vescovo encontrou resíduos de plástico.
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Foi uma vitória com sabor agridoce: um explorador norte-americano quebrou o recorde de mergulho mais profundo de sempre, mas no fundo da fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, Victor Vescovo encontrou resíduos de plástico.
O explorador desceu quase 11 quilómetros a bordo do submersível DSV Limiting Factor até chegar ao local mais profundo de todos os oceanos. Passou cerca de quatro horas a explorar a parte inferir da fossa no seu submarino construído para suportar a pressão daquele lugar inóspito. No fundo do oceano, Vescovo encontrou o que já esperava e algo que o surpreendeu: várias espécies de criaturas marinhas que só habitam águas mais profundas e um saco de plástico cheio de pequenas embalagens de rebuçados (também eles de plástico).
Esta é a terceira vez que o ser humano consegue alcançar as profundezas do Oceano Pacífico, observar o ambiente e voltar para contar a história. A 23 de Janeiro de 1960, um tenente da Marinha dos Estados Unidos da América, Don Walsh, e um engenheiro suíço, Jacques Piccard, foram os primeiros homens a descer até esta região.
Em 2012, o realizador dos filmes Titanic e Avatar, James Cameron, regressou, são e salvo, de uma viagem a solo à fossa das Marianas. Cameron, explorador da National Geographic, tornou-se no primeiro homem a viajar sozinho a uma zona tão profunda dos oceanos, ao viajar no seu submarino verde florescente Challenger Deep.
A descida realizada pelo explorador norte-americano chegou aos 10.927 metros abaixo da linha do mar, 11 metros a mais do que o último mergulho, o que faz de Victor Vescovo o novo recordista do mergulho mais profundo de sempre.
Segundo a BBC, no total, Vescovo e sua equipa realizaram cinco mergulhos no fundo da fossa durante toda a expedição. Também foram usados alguns módulos para explorar algumas partes inacessíveis e remotas da região.
"Indescritível"
Ao canal britânico, o explorador refere que o sentimento de alcançar tal feito, para si e para toda a equipa envolvida, é “indescritível”. “Este submarino e sua nave-mãe, juntamente com a equipa de expedição extraordinariamente talentosa, levaram a tecnologia marinha a um nível ridiculamente superior, mergulhando, rápida e repetidamente, na área mais profunda e mais dura do oceano”, diz.
O explorador acredita ter descoberto quatro novas espécies de crustáceos semelhantes aos camarões, chamados amphipoda, bem como alguns vermes marinhos, a 7000 metros abaixo do nível da água do mar, e um peixe cor-de-rosa, a 8000 metros de profundidade.
A equipa também descobriu formações rochosas coloridas e recolheu amostras de pedras do fundo da fossa das Marianas. O próximo passo para os cientistas da expedição, escreve a BBC, será testar as criaturas marinhas recolhidas para perceber se há indícios de microplásticos nos seus sistemas.
O mergulho recorde faz parte da expedição Five Deeps, uma tentativa por parte de várias equipas de explorar os pontos mais profundos em cada um dos cinco oceanos do nosso planeta.