Um candidato a puxar pelo património e a atacar a falta de “empatia” e “paciência” dos adversários
Pedro Marques começou o dia a lembrar o trabalho que tem desenvolvido e a responder a Paulo Rangel, dizendo que o social-democrata tem um problema de “maledicência” e de “verdade”.
“Queria agradecer ao sr. dr. Pedro Martins... Marques”, prontificou-se a rectificar o presidente do conselho fiscal da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, que recebia o candidato socialista na primeira acção de campanha oficial. O engano inocente não encaixou na principal resposta que Pedro Marques quis dar aos adversários: o facto de não ter “problemas de notoriedade” e de ser conhecido pelo trabalho que desenvolveu na área do sector social. Contudo, a recepção no lar de idosos permitiu-lhe puxar pela ideia de que, ao contrário de Paulo Rangel, não tem problemas de empatia, nem de “paciência”.
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“Queria agradecer ao sr. dr. Pedro Martins... Marques”, prontificou-se a rectificar o presidente do conselho fiscal da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, que recebia o candidato socialista na primeira acção de campanha oficial. O engano inocente não encaixou na principal resposta que Pedro Marques quis dar aos adversários: o facto de não ter “problemas de notoriedade” e de ser conhecido pelo trabalho que desenvolveu na área do sector social. Contudo, a recepção no lar de idosos permitiu-lhe puxar pela ideia de que, ao contrário de Paulo Rangel, não tem problemas de empatia, nem de “paciência”.
A mensagem estava preparada ao milímetro. Visitar a Santa Casa de Bragança, que apoia mais de 1.200 utentes, e explicar o porquê de o dinheiro de Bruxelas ser importante para a coesão social. E a reboque desse bom trabalho da instituição relembrar que o agora candidato tem uma quota-parte de responsabilidade, uma vez que foi secretário de Estado da Segurança Social, nos tempos do Governo de José Sócrates.
“Não tenho sentido nem falta de notoriedade nem falta de simpatia das pessoas para comigo, em particular neste sector social, em que tenho um património que fala por mim”, disse Pedro Marques depois de falar com vários utentes do lar de idosos, cumprimentando cada um com uma pergunta ou um comentário diferente.
E que património é esse? “Este trabalho da rede de cuidados continuados… há 9 mil camas em todo o país, que foram criadas quando eu estava no Governo, fui um responsável pela sua criação”. Além disto, refere o programa PARES, que permitiu a construção de 400 creches e a criação do Complemento Solidário para Idosos. Este é o “património” que o deixa “orgulhoso do trabalho feito no passado”.
“O meu património é conhecido, tenho muito trabalho feito em todo o meu percurso político e acho que essa deve ser a medida que os portugueses também devem ter para olhar para este cabeça de lista do PS e comparar com a falta de trabalho dos cabeças de lista da direita”, disse em respostas aos jornalistas.
Na área social, Marques quis distanciar-se da direita “dos cortes” no Complemento Solidário para Idosos e das pensões e desvalorizou as críticas que saem do PSD e do CDS ao colá-lo a José Sócrates. “A direita quando não tem mais nada para dizer diz ‘Sócrates’. É o habitual na direita. Eu tenho um orgulho enorme no meu trabalho, em toda a minha vida política”, referiu.
Com “empatia e paciência”
O roteiro de campanha do socialista tem poucas das tradicionais arruadas, tem mais visitas a empresas e instituições, almoços e jantares-comício, e isso serviu a Paulo Rangel de arma de arremesso para dizer que o socialista tem medo de falar com as pessoas na rua.
Uma ideia contrariada pelo socialista que acusa Rangel de ser “especialista em críticas e maledicências” e de ter um “problema coma verdade”: “Há quem tenha empatia com as pessoas e há quem tenha pouca paciência para falar com as pessoas como é o caso de Paulo Rangel”, disse.
O candidato já fez mais de 21 mil quilómetros de estrada nos últimos três meses e repete a ideia de que já falou com “milhares e milhares de pessoas” neste tempo, antes do início da campanha oficial. “A campanha de rua tem sido uma campanha muito forte e tem sido até positiva no sentido em que os portugueses nos têm recebido muito bem nesta pré-campanha”. Vejam “no meu Facebook”, pediu.
Recusa que haja uma “mudança de estratégia”, por fazer uma campanha com menos contactos com a população até porque, diz, sempre que visita uma empresa ou uma instituição está a contactar com “pessoas concretas” e a explicar-lhe aquele que é, disse, o principal objectivo: levar as pessoas a votar.
É essa uma missão impossível de ganhar? “Temos de puxar para cima”, respondeu a uma utente do lar de idosos