Peregrinação de Fátima atrai asiáticos
Nos primeiros meses deste ano, o Serviço de Apoio ao Peregrino registou cerca de dois mil peregrinos asiáticos em visita à Cova da Iria. Peregrinação internacional de Maio termina esta segunda-feira.
A peregrinação ao Santuário de Fátima está a atrair mais grupos de peregrinos vindos da Ásia. O Serviço de Apoio ao Peregrino registou nos primeiros meses deste ano perto de dois mil peregrinos asiáticos, com destaque para países como a Coreia do Sul, o Sri Lanka e também as Filipinas, refere a Agência Ecclesia. Um sinal desta proximidade é a presença do cardeal de Manila (Filipinas), Luis Antonio Tagle, que presidente à peregrinação internacional de Maio, que termina nesta segunda-feira.
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A peregrinação ao Santuário de Fátima está a atrair mais grupos de peregrinos vindos da Ásia. O Serviço de Apoio ao Peregrino registou nos primeiros meses deste ano perto de dois mil peregrinos asiáticos, com destaque para países como a Coreia do Sul, o Sri Lanka e também as Filipinas, refere a Agência Ecclesia. Um sinal desta proximidade é a presença do cardeal de Manila (Filipinas), Luis Antonio Tagle, que presidente à peregrinação internacional de Maio, que termina nesta segunda-feira.
Segundo o Santuário de Fátima, em 2018 visitaram aquele espaço 456 grupos asiáticos, 125 dos quais eram sul-coreanos, 93 filipinos, 48 indonésios e 36 vietnamitas. Até este sábado estavam inscritos para a peregrinação internacional de Fátima 176 grupos de 36 países.
Numa entrevista à agência noticiosa da Igreja Católica — que fala de “um crescimento acentuado no número de peregrinos asiáticos que vêm ao Santuário de Fátima” —, o cardeal Luis Antonio Tagle explica que essa ligação está “na linguagem da peregrinação”. “Budistas, hindus, cristãos, muçulmanos, na Ásia todos amam as peregrinações. E ir para Fátima é uma linguagem que muitos não cristãos conseguem entender. Com uma mensagem de conversão, de paz e de oração. Acho que é algo com que os povos asiáticos facilmente se identificam.” Esta foi quarta vez em que o cardeal de Manila, e também presidente da Cáritas Internacional, esteve em Fátima.
A escolha de Luis Antonio Tagle para presidir à celebração é mais um sinal de atenção do Santuário de Fátima à Ásia, refere a agência Lusa, que lembra que as celebrações de Outubro serão também presididas um cardeal asiático: o arcebispo de Seul (Coreia do Sul), cardeal Andrew Yeom Soo-Jung. Já no ano passado foi o bispo emérito de Hong Kong quem presidiu à peregrinação de Maio e o bispo de Hiroshima à de Outubro.
Alerta ao nacionalismo
O cardeal filipino deixou uma mensagem de união, com especial enfoque na questão dos migrantes. “Temos um mundo onde a comunhão entre as pessoas se está progressivamente a desintegrar e a mensagem aqui para esta festa é a de que somos um só povo, todos viemos do mesmo Deus, que nos criou iguais, como irmãos e irmãs”, disse na entrevista.
Já este sábado, na conferência de imprensa da peregrinação, Luis Antonio Tagle afirmou-se “perturbado” por haver bloqueios à ajuda humanitária. "Estou perturbado com o facto de a assistência humanitária, como comida, medicina e água enviada pela Cáritas ou outras organizações, às vezes ser bloqueada de entrar em alguns territórios ou de ser inclusivamente atacada.”
Foi também uma mensagem de preocupação com os movimentos populistas e nacionalistas, que estão a surgir pelo mundo, que o cardeal de Leiria-Fátima deixou na conferência de imprensa da peregrinação. "A Europa fundou-se a partir de uma matriz cristã e essa marca permitiu-lhe ultrapassar crise atrás de crise, nomeadamente as derivas nacionalistas do século passado. Não percamos a memória e utilizemos essa arma de novo, combatendo os populismos que falam mais à barriga do que ao coração e à razão. Está em risco o futuro da casa comum europeia”, alertou o cardeal.
No sábado de manhã, no Vaticano, o Papa Francisco — que esteve em Fátima em 2017 e que é esperado em Portugal em 2022 para as Jornadas Mundiais da Juventude — destacou a celebração do 13 de Maio.
No terreno desde o dia 11, a GNR e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) têm montados dispositivos para acompanhar os peregrinos. De acordo com a ANPC, nesta operação que termina nesta segunda-feira à tarde estiveram envolvidos diariamente 336 operacionais de várias instituições como bombeiros e INEM. Já a GNR adiantou que foram mobilizados 750 militares de várias valências. Contaram ainda com o apoio de elementos da Guardia Civil espanhola e de um elemento dos Carabinieri italianos.