“É tempo de dividir o Facebook”, diz co-fundador da rede social
Chris Hughes, co-fundador do Facebook, assina um artigo de opinião no New York Times em que alerta para a necessidade de fragmentar o Facebook e de a companhia ser sujeita ao controlo de reguladores.
Depois de ter ajudado Mark Zuckerberg a tornar o Facebook numa das empresas mais poderosas do mundo, Chris Hughes, co-fundador da rede social, defende que a companhia deve ser dividida e regulada pelo Governo norte-americano. Num longo artigo de opinião publicado quinta-feira no New York Times, Hughes diz que Zuckerberg tem um poder sem precedentes e uma “influência muito maior do que alguém no sector privado ou no Governo”. É por isso, afirma, altura de os reguladores dividirem a rede social.
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Depois de ter ajudado Mark Zuckerberg a tornar o Facebook numa das empresas mais poderosas do mundo, Chris Hughes, co-fundador da rede social, defende que a companhia deve ser dividida e regulada pelo Governo norte-americano. Num longo artigo de opinião publicado quinta-feira no New York Times, Hughes diz que Zuckerberg tem um poder sem precedentes e uma “influência muito maior do que alguém no sector privado ou no Governo”. É por isso, afirma, altura de os reguladores dividirem a rede social.
“O Mark é boa pessoa. Mas estou zangado que a sua ambição de crescer o tenha levado a sacrificar a segurança e civilidade por cliques”, escreveu Hughes. “Estou desapontado comigo e com a equipa inicial do Facebook por não termos previsto de que forma o algoritmo do feed de notícias poderia mudar a nossa cultura, influenciar eleições e dar poder a líderes nacionalistas”, acrescentou. “Estou preocupado que o Mark se tenha rodeado de uma equipa que apenas reforça as suas crenças em vez de as questionar.”
Hughes é apenas uma das muitas personalidades ligadas à área da tecnologia que, nos últimos tempos, têm alertado para a necessidade de a rede social e outras plataformas online serem sujeitas a regulamentação mais apertada. O criador do Facebook, por sua vez, deu a entender, num artigo de opinião publicado no Washington Post, em Março, que estaria aberto à possibilidade de reguladores exercerem algum controlo sobre a sua empresa em determinados sectores.
O co-fundador, que deixou a empresa há mais de uma década, acredita que a ambição e competitividade de Mark Zuckerberg foram os factores determinantes que levaram o Facebook a controlar cerca de 80% da receita gerada através das redes sociais. O empresário considera ainda que a companhia é agora “um poderoso monopólio” que deveria ser obrigado a largar o controlo do Instagram e do WhatsApp. Hughes argumenta também que o Governo norte-americano deveria criar um novo regulador para as companhias tecnológicas.
“Zuckerberg criou um gigante que consome o empreendedorismo e restringe a escolha do consumidor. É dever do nosso Governo assegurar que nunca perdermos a magia da mão invisível”, escreveu o empresário.