Rio diz que Bloco Central só em cenário de salvação nacional
O líder social-democrata, Rui Rio, afastou esta sexta-feira a possibilidade de um Bloco Central considerando que a governação conjunta de PS e PSD “empobrece a democracia”.
O líder social-democrata, Rui Rio, disse esta sexta-feira que um Governo do PS com o PSD só pode acontecer em cenário de “salvação nacional”, apontando estar “de acordo” com António Costa que afastou a possibilidade de um Bloco Central.
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O líder social-democrata, Rui Rio, disse esta sexta-feira que um Governo do PS com o PSD só pode acontecer em cenário de “salvação nacional”, apontando estar “de acordo” com António Costa que afastou a possibilidade de um Bloco Central.
“Não estou em desacordo, estou de acordo. Entendo, e já disse isto muitas vezes, que um Governo do PS com o PSD é algo que só pode acontecer em última circunstância, quase em salvação nacional”, disse Rui Rio.
O presidente dos sociais-democratas, que falava no Porto em conferência de imprensa, respondia aos jornalistas depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter voltado a afastar a possibilidade de um Bloco Central, considerando que a governação conjunta de PS e PSD “empobrece a democracia” e defendendo que a actual solução de Governo (o PS assinou acordos de apoio parlamentar com PCP, BE e PEV) foi boa para a economia.
“Se olharmos para a economia, eu diria que a solução que tivemos nestes três anos foi boa. Pela primeira vez, voltámos a crescer acima da média europeia. Tivemos uma fortíssima redução do desemprego. Tivemos emprego de melhor qualidade, com uma razoável recuperação de rendimentos, com um nível de investimento privado e empresarial muito significativo, com grande crescimento das exportações”, afirmou António Costa, que falava durante um debate com alunos da Universidade Nova de Lisboa.
Já as declarações de Rui Rio foram feitas no período de perguntas e respostas numa conferência de imprensa sobre o facto da Assembleia da República ter rejeitado as alterações ao decreto do Governo que previam a contagem de todo o tempo de serviço congelado aos professores e uma semana depois da ameaça de demissão de António Costa.
“Nunca devia ter perturbado o país desta forma porque criou uma instabilidade que é contrária ao exercício de funções de primeiro-ministro. Mas, fez porque, como secretário-geral do PS, dava-lhe jeito criar esta perturbação, queimou-se uma semana de campanha eleitoral das europeias, uma campanha que lhe estava a correr mal”, referiu o líder do PSD.
Rui Rio apontou que “o cabeça de lista do PS tem vindo a estar em perda”, somou como factores para o “golpe de teatro” da “lamentável semana política” o “escândalo das famílias nomeadas para cargos de tudo e mais alguma coisa”.