A máscara de Joana Vasconcelos veio à laguna

A artista portuguesa inaugurou esta sexta-feira uma exposição paralela à Bienal de Veneza. Onde I’ll Be Your Mirror ganha novas dimensões.

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Uma outra versão de I'll Be Your Mirror está em Serralves até 28 de Junho PAULO PIMENTA

Ainda não é desta que a artista Joana Vasconcelos vai conseguir expor a maior Valquíria que já fez até hoje, concebida em 2015 especialmente para a praça do hotel-casino MGM, de Macau. “O MGM queria voltar a mostrar essa peça, a Valquíria Octopus, com 35 metros de comprimento. Mas logo que cheguei aqui vi que não cabia na igreja”, explicava a artista ao final da tarde desta sexta-feira, na inauguração da sua exposição no San Clemente Palace Kempinski, um hotel de luxo situado numa ilha a 20 minutos de São Marcos.

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Ainda não é desta que a artista Joana Vasconcelos vai conseguir expor a maior Valquíria que já fez até hoje, concebida em 2015 especialmente para a praça do hotel-casino MGM, de Macau. “O MGM queria voltar a mostrar essa peça, a Valquíria Octopus, com 35 metros de comprimento. Mas logo que cheguei aqui vi que não cabia na igreja”, explicava a artista ao final da tarde desta sexta-feira, na inauguração da sua exposição no San Clemente Palace Kempinski, um hotel de luxo situado numa ilha a 20 minutos de São Marcos.

No seu lugar, no cruzeiro da igreja de San Clemente, está uma adaptação de uma peça da série Tetris, feita com azulejos, a que juntou um coração em chamas, um símbolo do catolicismo, que passou a chamar-se Madragoa (2015-2019). Trouxe também um dos famosos sapatos feitos com panelas, da série Betty Boop, e uma nova versão de I’ll Be Your Mirror (2018), máscara veneziana de 231 espelhos feita para o Guggenheim de Bilbau e actualmente em exibição no Museu de Serralves. I’ll Be Your Mirror #1, a versão italiana da máscara, foi concebida para ser exibida no exterior, mas ainda estava em montagem por causa da chuva que caiu no início da semana.

O sapato e a máscara estão instalados nos grandes relvados do jardim do hotel, que dá para a laguna. “No exterior, a máscara vai ganhar novas matizes, porque vai reflectir o céu e a paisagem à volta. Estou curiosa de a ver com chuva, com a água a escorrer nos espelhos. Também a quero ver com nevoeiro. As obras ganham este lado de registo quando se relacionam com o tempo.”

Para Joana Vasconcelos, faz todo o sentido trazer a máscara a Veneza, onde, acompanhando a bienal, ficará até Novembro. “A máscara veneziana é o símbolo da máscara europeia. É fundamental que as obras se relacionem com a origem da tradição.