Facebook gerou vídeos extremistas de forma automática
Estudo de informador anónimo revelou que a rede social gerou vídeos com conteúdos extremistas de forma automática através da presença de várias organizações terroristas que estão activas na plataforma. Em causa estão vídeos de memórias e de celebrações que são produzidos automaticamente a partir de conteúdo extremista.
Após sucessivas polémicas envolvendo o Facebook, a rede social é agora acusada de gerar conteúdo extremista de forma automática e sem controlo. A denuncia foi feita por um informador anónimo que endereçou uma queixa oficial à Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos. Em causa está um estudo levado a cabo pelo denunciante, que durante cinco meses monitorizou páginas de três mil utilizadores da rede social que "gostaram” ou seguiram páginas de organizações consideradas terroristas pelo Governo norte-americano.
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Após sucessivas polémicas envolvendo o Facebook, a rede social é agora acusada de gerar conteúdo extremista de forma automática e sem controlo. A denuncia foi feita por um informador anónimo que endereçou uma queixa oficial à Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos. Em causa está um estudo levado a cabo pelo denunciante, que durante cinco meses monitorizou páginas de três mil utilizadores da rede social que "gostaram” ou seguiram páginas de organizações consideradas terroristas pelo Governo norte-americano.
O estudo alerta que organizações como o Daesh ou a Al-Qaeda estão activamente presentes na rede social através de páginas e fãs, e que o Facebook cria vídeos automáticos, na forma de “celebrações” e “memórias” (vídeos gerados automaticamente que os utilizadores podem escolher partilhar nos seus perfis com uma compilação de conteúdos por si publicados na rede social), que surgem quando estas páginas registavam determinado número de visualizações, de “gostos” ou de meses activos na rede.
A presença de páginas afiliadas a grupos terroristas permite ainda a estas organizações acederem a “informação valiosa” que poderá ser usada no recrutamento de pessoas ou de apoiantes, alerta-se na denúncia.
O mesmo fenómeno repete-se com páginas de supremacistas brancos e de grupo nazis activos na rede social.
Na queixa dirigida ao regulador norte-americano, o Facebook é acusado de enganar os seus accionistas ao afirmar que apaga conteúdo extremista, quando na verdade o deixa a circular no seu site, chegando mesmo a produzi-lo de forma automática.
John Kostyack, director do National Whistleblower Centre, e responsável pela divulgação do estudo a pedido do informador anónimo, disse estar “grato” pelo facto de a “informação perturbadora” vir finalmente a público. “Esperamos que a Comissão tome uma acção para impor sanções significativas ao Facebook”, lê-se num comunicado.
Por sua vez, o Facebook assegurou que está a fazer “elevados investimentos” e que a taxa de sucesso de remoção de conteúdos de índole terrorista é mais alta do que quando comparada há dois anos. “Não podemos garantir que encontremos todos os casos, mas permanecemos vigilantes no esforço de combater grupos terroristas em todo o mundo”, escreveu a rede social num comunicado.
Também esta semana, o co-fundador do Facebook, Chris Hughes, disse que era “altura de desmantelar o Facebook”, num editorial publicado no New York Times.