Professores vão marcar presença no Parlamento: “Queremos olhar os deputados nos olhos”
Uns à porta. Outros na galerias. Nesta sexta-feira, há docentes a querer testemunhar no local o momento em que os deputados tomarão a decisão final sobre o diploma do tempo de serviço. Para o mesmo dia está marcada uma manifestação da Administração Pública.
Onde vão estar os sindicatos dos professores quando, nesta sexta-feira, for tomada a decisão final sobre a recuperação do tempo de serviço congelado nos tempos de crise? Alguns, escolheram assistir a partir das galerias do Parlamento. Outros, não vão ver. Preferem concentrar-se à porta. A votação deste diploma é um dos pontos que, nesta sexta-feira, faz parte da ordem de trabalhos da reunião plenária.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Onde vão estar os sindicatos dos professores quando, nesta sexta-feira, for tomada a decisão final sobre a recuperação do tempo de serviço congelado nos tempos de crise? Alguns, escolheram assistir a partir das galerias do Parlamento. Outros, não vão ver. Preferem concentrar-se à porta. A votação deste diploma é um dos pontos que, nesta sexta-feira, faz parte da ordem de trabalhos da reunião plenária.
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, um dos rostos da defesa da recuperação total do tempo de serviço dos docentes — nove anos, dois meses e seis dias —, diz ao PÚBLICO que se vai sentar nas galerias a assistir. “Queremos olhar os deputados nos olhos.”
Na assistência (as galerias têm uma capacidade total de 660 lugares), Nogueira terá a companhia de alguns dirigentes da Federação Nacional de Educação (FNE), nomeadamente João Dias da Silva, o secretário-geral desta estrutura sindical.
Já André Pestana, do Sindicato de Todos os Professores (Stop) — o sindicato que, no ano passado, foi responsável por convocar a greve às avaliações que levou ao adiamento da publicação das notas dos alunos que tinham exames nacionais —, prefere ficar do lado de fora da Assembleia da República (AR). “Ao assistir lá dentro, não se pode conversar. Preferimos ficar cá fora, ao lado dos colegas, para dar algum apoio.” Para esta quinta-feira à noite, já há uma vigília marcada junto à entrada da AR. A organização é de um grupo de professores, que se têm mobilizado via Facebook, e tem o apoio do Stop.
Escolas podem fechar
O dia será atribulado. Depois da votação, que está prevista para as 10h, segue-se a manifestação da Administração Pública na qual o líder da Fenprof já disse que vai participar.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais emitiu, a 15 de Abril, um pré-aviso de greve que abrange todos os trabalhadores da função pública. O objectivo é permitir que estes participem na manifestação de sexta-feira. Caso os auxiliares e professores decidam participar, algumas escolas correm o risco de não abrir.
A líder da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, já disse que esperam “muitos milhares” de trabalhadores na manifestação desta sexta-feira, em Lisboa, e ameaçou avançar com novas acções de luta antes das eleições legislativas.
O processo sobre a recuperação do tempo de serviços dos docentes parece estar a aproximar-se do fim depois de quase dois anos de discussão. Os docentes sempre exigiram a recuperação total do tempo de serviço congelado. A proposta do Governo, porém, era a de descongelar apenas dois anos, nove meses e 18 dias. Na semana passada, a discussão subiu de tom quando António Costa ameaçou demitir-se caso a lei seja aprovada nesta sexta-feira.