PS acusa Câmara da Feira de “complacência” face à cobrança excessiva dos parcómetros
Os parcómetros continuam a funcionar até às 19h00, quando o novo acordo com a autarquia previa que o estacionamento só fosse pago até às 17h00.
A vereação do PS na Câmara de Santa Maria da Feira acusou nesta quinta-feira o executivo PSD de “complacência” perante o “incumprimento costumeiro” da empresa P. Parques, concessionária do estacionamento nessa cidade.
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A vereação do PS na Câmara de Santa Maria da Feira acusou nesta quinta-feira o executivo PSD de “complacência” perante o “incumprimento costumeiro” da empresa P. Parques, concessionária do estacionamento nessa cidade.
As críticas de Margarida Gariso, Lia Ferreira, António Bastos e Bruno Mota prendem-se com o funcionamento dos parcómetros até às 19h00, quando, após o perdão pela Câmara de 554.000 euros dos 849.000 que a empresa devia à autarquia, o novo acordo previa que o estacionamento público só fosse pago até às 17h00.
Os vereadores socialistas criticam o “novo episódio da novela P. Parques” após mais de oito anos de incumprimento da empresa para com o município.
“A concessionária voltou a falhar com a mesma tenacidade de sempre e com a continuada e inexplicável complacência da Câmara Municipal. Ninguém obrigou a empresa a actualizar o horário de pagamento das respectivas máquinas de cobrança, que continuam a colectar o vintém dos feirenses até às 19h00”, afirmam.
A vereação liderada por Margarida Gariso defende que “o incumprimento contratual faz parte do distinto comportamento costumeiro da empresa concessionária, razão pela qual seria de esperar que a Câmara tivesse o cuidado de se mostrar, agora, mais eficaz na fiscalização do contrato”.
Questionado pela Lusa, o executivo PSD apenas refere que “os parcómetros estão devidamente assinalados com o horário de funcionamento”.
Um autocolante agora exibido nos aparelhos, alertando que a cobrança só é devida até às 17h00 apesar de as máquinas funcionarem até às 19h00, foi colocado depois de BE e CDU terem denunciado o problema em Assembleia Municipal, quando, alegam esses partidos, a cobrança indevida já se verificava há dois meses.
“Quando o presidente da Câmara afirma que só recentemente tomou conhecimento que as máquinas estavam a receber para além das 17h00, depois de várias denúncias, o que transmite aos feirenses é que a falta de fiscalização por parte do município é evidente e que nada aprendeu com o passado”, concluem os socialistas.
Para os vereadores, “quando o presidente da Câmara afirma que o dinheiro colectado após as 17:00 continua a ter como destino o Município (40%) e a concessionária (60%), o que transmite é falta de seriedade e respeito, pois não se importa de receber dinheiro indevido dos feirenses”.
Criticam ainda que, “quando o presidente afirma que os lesados podem reclamar, o que transmite é que são os feirenses que têm que fazer a empresa cumprir as suas obrigações e que essa responsabilidade não é dele, [que os munícipes] elegeram como seu representante na liderança da Câmara”.
A rejeição do PS quanto ao acordo entre autarquia e P. Parques torna-se assim “a cada dia que passa mais consistente”, uma vez que o negócio “assume contornos altamente lesivos do interesse público e é prejudicial aos feirenses, ao perdoar de forma injustificável mais de meio milhão de euros à concessionária e ao dar amparo a diversos artifícios” para lhe facilitar o pagamento da dívida restante.
A Lusa procurou ouvir a P. Parques, mas tal não foi possível porque ninguém atendeu em dois números de telefone que lhe estão atribuídos.