Para controlar excesso de turistas, Amesterdão vai desencorajar as visitas
A cidade, com menos de 1 milhão de habitantes, recebe quase 19 milhões de turistas por ano. Contenção é a palavra de ordem.
Amesterdão tornou-se vítima do seu próprio sucesso. Depois de as campanhas governamentais promoverem a Holanda como “atracção turística”, a capital holandesa, com cerca de 850 mil habitantes, começou a receber cerca de 19 milhões de turistas por ano, um número em crescimento.
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Amesterdão tornou-se vítima do seu próprio sucesso. Depois de as campanhas governamentais promoverem a Holanda como “atracção turística”, a capital holandesa, com cerca de 850 mil habitantes, começou a receber cerca de 19 milhões de turistas por ano, um número em crescimento.
Para impedir que o fluxo aumente, o Conselho do Turismo vai alterar a estratégia de comunicação: a “promoção” turística vai ser substituída pela “gestão”. Isto é, a capital e os locais mais visitados vão ter políticas desencorajadoras ao turismo, enquanto as zonas menos conhecidas vão sofrer um plano de marketing promocional.
Já se notam esforços municipais para reduzir as multidões que todos os dias passeiam pela capital do país. As autoridades anunciaram que as visitas guiadas à red light district vão ser proibidas e os turistas vão pagar um imposto adicional noutras excursões. Há também um programa do município, apelidado Cidade em Equilíbrio, que prevê a suspensão de novos hotéis, lojas de souvenirs, pontos de venda de ingressos, ou das célebres lojas de queijos da cidade. É igualmente prevista uma maior limitação do número de passageiros que o aeroporto de Schiphol pode receber.
A utilização de plataformas como o Airbnb ou o Booking tornou-se limitada – os proprietários não podem alocar os alojamentos a este tipo de serviços durante mais de 30 dias por ano.
Em Dezembro do ano passado, o famoso letreiro I amsterdam foi retirado da praça Rijksmuseum. Femke Halsema, presidente da Câmara de Amesterdão, disse que era transmitida uma mensagem demasiado “individualista”, mas o objectivo principal era reduzir o número de turistas que ocupavam a praça diariamente.
No ano passado, Femke Halsem avançou com um conjunto de medidas que pretende reforçar a limpeza da cidade. As pessoas que urinarem, estiverem bêbadas ou que façam excessivo barulho podem pagar uma multa de 140 euros.
Os famosos campos de tulipas – especialmente o Keukenhof – também estão a sofrer com a quantidade de turistas que pisam ou danificam as flores, o que levou as empresas a criar um documento que aconselha os turistas a não tirar selfies nos jardins.
Um relatório do Conselho de Turismo Holandês, citado pelo jornal holandês De Telegraaf, prevê um fluxo de 42 milhões de turistas em 2030 para o país, que tem cerca de 17 milhões de habitantes.