Bolsas europeias perdem com guerra comercial, PSI20 cai 1,78%

Troca de acusações entre Washington e Pequim antes de nova ronda negocial, que arranca hoje, levou mercados europeus a reflectir receios de nova guerra comercial. Europa fechou hoje a vermelho

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LUSA/JEON HEON-KYUN

Os principais índices europeus fecharam hoje em terreno negativo, a desvalorizarem quase todos mais de 1,5%. Em Portugal, o PSI20 recuou 1,78%, para 5.107,86 pontos, com apenas uma empresa das 18 cotadas do índice a fechar em terreno positivo: a Corticeira Amorim, com um ganho de 0,97%.

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Os principais índices europeus fecharam hoje em terreno negativo, a desvalorizarem quase todos mais de 1,5%. Em Portugal, o PSI20 recuou 1,78%, para 5.107,86 pontos, com apenas uma empresa das 18 cotadas do índice a fechar em terreno positivo: a Corticeira Amorim, com um ganho de 0,97%.

O STOXX 600, que reúne títulos de cotadas em vários mercados europeus, recuou 1,65%, para 375,92 pontos, enquanto o alemão DAX resvalou 1,69%, para 11.973,92 pontos e o francês CAC 40 afundou 1,93%, para 5.313,16 pontos.

Em Itália, o FTSE MIB perdeu 1,82%, para 20.817,16 pontos e o espanhol Ibex 35 quebrou 1,43%, para 9.095,20 pontos.

Em Londres, e fora da zona euro, a queda foi menor: o FTSE 100 caiu 0,87%, para 7.207,41 pontos. A bolsa de Xangai, principal praça financeira da China, já tinha fechado hoje a cair 1,48% para 2.850,95 pontos.

Nos EUA – mercado onde a sessão desta quinta-feira, 9 de Maio, ainda vai a meio -, o Dow Jones cai 1,52%, para 25.572,66 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite caia 1,37%, para 7.834,42 pontos.

A China disse hoje que vai retaliar caso Washington suba as taxas alfandegárias sobre bens importados daquele mercado asiático, na véspera de uma ronda negocial decisiva para pôr fim à guerra comercial entre os dois países. O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, deverá reunir hoje e amanhã, em Washington, com o Representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

O ministério chinês do Comércio informou que será forçado a tomar as “contramedidas necessárias”, caso o Presidente norte-americano, Donald Trump, cumpra com a sua promessa e aumente, de 10% para 25%, as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178,4 mil milhões de euros) de bens importados do país asiático. Case a ameaça se concretize, ela tem efeitos já a partir de amanhã, sexta-feira, 10 de Maio.

As autoridades chinesas, que não detalharam quais serão as medidas retaliatórias, ressalvaram que o escalar das disputas “não é do interesse” dos dois países ou do mundo.

Donald Trump, numa sequência de mensagens na rede social Twitter desde domingo passado, tem esta semana ajudado à incerteza nos mercados: primeiro disse que iria aumentar as taxas de 10% para 25% se a China não recuasse na sua intransigência negocial, dois dias depois afirmou que poderia ainda haver acordo e na madrugada desta quinta-feira voltou a reafirmar que Pequim quebrou o compromisso já negociado há meses.

“A China lamenta profundamente, mas se os EUA implementarem taxas alfandegárias, a China terá que tomar as contramedidas necessárias”, informou, em comunicado, o ministério.

Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.