O Silêncio dos Outros é, em primeiro lugar, um exemplo discretamente feliz de cinema “activista”: pode cumprir a função, com eficácia pelo menos ao nível da sensibilização de consciências, de manifesto pela revogação da Lei da Amnistia que, em 1977, pôs uma “tampa” no passado franquista e elegeu o esquecimento como melhor forma de lidar com o passado. A lei foi também uma forma, eventualmente a mais fácil, de exonerar todos os presos por “delitos” de carácter político, mas todo o filme gira em torno do desequilíbrio fundamental que ela criou: “esquecer” o passado significa deixar os crimes sem investigação, e portanto os criminosos sem castigo e as vítimas sem reparação, e consequentemente significa esquecer a justiça.
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O Silêncio dos Outros é, em primeiro lugar, um exemplo discretamente feliz de cinema “activista”: pode cumprir a função, com eficácia pelo menos ao nível da sensibilização de consciências, de manifesto pela revogação da Lei da Amnistia que, em 1977, pôs uma “tampa” no passado franquista e elegeu o esquecimento como melhor forma de lidar com o passado. A lei foi também uma forma, eventualmente a mais fácil, de exonerar todos os presos por “delitos” de carácter político, mas todo o filme gira em torno do desequilíbrio fundamental que ela criou: “esquecer” o passado significa deixar os crimes sem investigação, e portanto os criminosos sem castigo e as vítimas sem reparação, e consequentemente significa esquecer a justiça.