Novos registos de Alojamento Local no Porto caem 40% no 1.º trimestre
A Associação de Alojamento Local em Portugal considera que esta quebra significa que está a existir um “amadurecimento do mercado”
O número de novos registos de Alojamento Local no município do Porto caiu em 40% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo de 2018, mas o turismo na cidade continua de “boa saúde”, disse nesta quarta-feira fonte oficial.
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O número de novos registos de Alojamento Local no município do Porto caiu em 40% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo de 2018, mas o turismo na cidade continua de “boa saúde”, disse nesta quarta-feira fonte oficial.
O presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, avançou à Lusa que no primeiro trimestre de 2019 “os novos registos de AL tiveram uma quebra de 40% em relação ao mesmo período de 2018”.
No primeiro trimestre de 2018, disse, registaram-se “559 novos registos de alojamentos locais no município do Porto”, enquanto que no primeiro trimestre desde ano foram registados “334 novos alojamentos locais”.
O número de registos tinha vindo a aumentar desde 2015, ano com “80 novos registos”, já em 2016 registaram-se “203 novos” pedidos e 2017 “271 novos registos” de Alojamento Local (AL).
Segundo o responsável, esta quebra de novos registos de AL no município do Porto significa que está a existir um “amadurecimento do mercado”, o que é um “sinal positivo”, porque não é expectável que cresça 30 ou 40% todos os anos, mostrando que na cidade há “sustentabilidade entre oferta e procura”.
“Sem ainda ter necessidade da implementação de medidas de contenção no AL, estamos a observar um crescimento em linha com o crescimento dos turistas e que é mais sustentável”, admitiu o presidente da ALEP, destacando que o mercado está a “auto-regular-se” e que o turismo no Porto “continua de boa saúde e a crescer”.
Questionado pela agência Lusa sobre que medidas políticas de contenção no AL a Câmara do Porto iria pôr em marcha e adaptar num futuro próximo, Eduardo Miranda acredita que a autarquia do Porto vai “montar o seu caminho próprio” e não vai querer “copiar nenhum modelo de outras cidades”.
“O Porto está a olhar estas medidas como um todo”, acrescentou.
O presidente de Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu na terça-feira estar disposto a implementar “medidas de contenção” para limitar o AL no centro histórico da cidade com base num estudo científico realizado pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada (CEGEA) da Universidade Católica.
O vereador da Câmara do Porto com a pasta do Turismo, Ricardo Valente, anunciou, por seu turno, na mesma reunião de Câmara, que a autarquia pretende apresentar “um draft (projecto) do AL para tomar as medidas de contenção no prazo de 30 dias”, ou seja no início do próximo mês de Junho.
Em vigor desde 21 de Outubro de 2018, as alterações legislativas ao regime do AL determinam que as câmaras municipais e as assembleias de condóminos podem intervir na autorização do exercício da actividade, permitindo a fixação de “áreas de contenção” para “preservar a realidade social dos bairros e lugares”.