Taxa de desemprego sobe pela primeira vez em três anos
Taxa de desemprego subiu para 6,8% no primeiro trimestre do ano. Há mais desempregados do que no trimestre anterior, mas menos desempregados do que no período homólogo. Desemprego jovem caiu para 17,6%
No primeiro trimestre de 2019, a taxa de desemprego foi 6,8%, acaba de divulgar o Instituto Nacional de Estatística (INE), registando uma subida de 0,1 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior, mas também uma descida de 1,1 pontos face ao período homólogo, o primeiro trimestre de 2018. A subida trimestral acontece pela primeira vez desde o arranque de 2016 (passando de 12,2%, no último trimestre de 2015 para 12,4% no primeiro de 2016) e vem interromper a tendência de estabilização verificada nos trimestres anteriores.
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No primeiro trimestre de 2019, a taxa de desemprego foi 6,8%, acaba de divulgar o Instituto Nacional de Estatística (INE), registando uma subida de 0,1 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior, mas também uma descida de 1,1 pontos face ao período homólogo, o primeiro trimestre de 2018. A subida trimestral acontece pela primeira vez desde o arranque de 2016 (passando de 12,2%, no último trimestre de 2015 para 12,4% no primeiro de 2016) e vem interromper a tendência de estabilização verificada nos trimestres anteriores.
Segundo as estimativas do INE, Portugal tinha, no primeiro trimestre de 2019, 353,6 mil desempregados, mais 4,5 mil do que no trimestre anterior, mas menos 56,5 mil em relação ao trimestre homólogo. A subida trimestral do número de desempregados ocorreu sobretudo nas mulheres (3,7%), nas pessoas com 45 e mais anos (6,7%), com o terceiro ciclo do ensino básico (7,6%) e oriundas maioritariamente do sector da indústria e construção (7,8%).
Jovens com taxa mais baixa desde 2011
A taxa de desemprego dos jovens (15 a 24 anos) situou-se em 17,6%, o valor mais baixo da série iniciada em 2011, tendo diminuído 2,3 p.p. e 4,3 p.p., respectivamente, em relação aos trimestres anterior e homólogo. A proporção de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração) foi de 46,8%, menos 1,0 p.p. do que no trimestre anterior e menos 7,0 p.p. do que no trimestre homólogo.
O INE calcula também aquilo a que chama taxa de subutilização do trabalho, que inclui, além dos desempregados, as pessoas que têm emprego a tempo parcial não desejado ou as que, apesar de quererem um emprego, desistiram de o procurar. A taxa de subutilização do trabalho aumentou de 13,1% para 13,6% entre o último trimestre do ano passado e o primeiro de 2019. Na comparação com o período homólogo, registou-se uma descida de 1,6 p.p., o que se traduz em menos 88,1 mil pessoas nessa situação.
“Apesar do aumento trimestral no primeiro trimestre de 2019, a população desempregada e a subutilização do trabalho têm descrito uma trajectória descendente desde o primeiro trimestre de 2013, acumulando até ao momento uma diminuição de 61,8% e de 49,8%, respectivamente”, refere o INE.
Emprego confirma tendência de abrandamento
O INE contabiliza 4880,2 mil pessoas empregadas no primeiro trimestre de 2019, o que representa uma redução de 2,8 mil em comparação com os três meses anteriores. Na comparação com o período homólogo, o emprego aumentou 73,5 mil pessoas, “prolongando a série de variações homólogas positivas iniciada no quarto trimestre de 2013, mas em desaceleração desde o primeiro trimestre de 2018”, lê-se no comunicado enviado à comunicação social.
Os resultados do Inquérito ao Emprego relativos ao primeiro trimestre de 2019 indicam que a população activa foi de 5,233 milhões de pessoas, um aumento de 1,8 mil (o que corresponde a uma variação relativa quase nula) em relação ao trimestre anterior. Relativamente ao trimestre homólogo, aumentou 17,1 mil (0,3%).
No Programa de Estabilidade apresentado a 15 de Abril, o Governo estima chegar ao final de 2019 com uma taxa média de desemprego de 6,6%.
Nas previsões de Primavera publicadas na terça-feira, a Comissão Europeia antevê que tanto em 2019 como em 2020 a taxa de desemprego continuará a baixar, mas a um ritmo mais lento. Depois de, entre 2016 e 2018, o desemprego ter caído mais de quatro pontos percentuais, para 7%; para o período de 2018 a 2020, o máximo que se espera é uma queda de 1,3 pontos percentuais, para 5,7%, um ritmo cerca de três vezes mais baixo.