Liverpool goleia Barcelona em reviravolta histórica rumo à final

Catalães deixaram fugir em Inglaterra a vantagem de 3-0 que tinham alcançado em Camp Nou.

Fotogaleria

O Liverpool operou o verdadeiro milagre da Champions para marcar, pelo segundo ano consecutivo, presença na final da competição milionária. Pelo caminho, com estrondo, fica o Barcelona de Messi, impotente para evitar a segunda “remontada” impossível em dois anos seguidos, desta vez com a final à vista. Rendidos, os espanhóis aplaudiram a fé dos comandados de Jürgen Klopp, que, sem poderem respirar na Premier League, e com baixas de vulto, superaram tudo e todos com um bis dos suplentes Origi e Wijnaldum (4-0).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Liverpool operou o verdadeiro milagre da Champions para marcar, pelo segundo ano consecutivo, presença na final da competição milionária. Pelo caminho, com estrondo, fica o Barcelona de Messi, impotente para evitar a segunda “remontada” impossível em dois anos seguidos, desta vez com a final à vista. Rendidos, os espanhóis aplaudiram a fé dos comandados de Jürgen Klopp, que, sem poderem respirar na Premier League, e com baixas de vulto, superaram tudo e todos com um bis dos suplentes Origi e Wijnaldum (4-0).

Apesar de todas as condicionantes, o Liverpool abordou o jogo da única forma possível, pressionando o Barcelona e provocando o erro, com Sadio Mané sempre à espreita, pronto para punir os catalães ao mínimo deslize. O senegalês acabaria por atrair as atenções, deixando espaço para a entrada triunfal de Origi, que quebrou a resistência dos espanhóis aos 7’, apenas mais dois do que aguentara o FC Porto na recente passagem por Anfield. O belga, que beneficiou das ausências por lesão de Firmino e Salah, marcou naquele que foi o primeiro ensaio em toda a Champions, numa recarga oportuna após defesa incompleta de Ter Stegen a remate de Henderson. 

O Liverpool estava na frente e com razões suficientemente válidas para acreditar que poderia dar a volta à  eliminatória, contrariando a ideia de que a passagem à final de Madrid teria ficado decidida pelo 3-0 de Camp Nou. Mas, com os “reds” incapazes de manterem o garrote firme durante muito tempo, as ilusões britânicas começavam a diluir-se paulatinamente. Num par de acções decisivas, o guarda-redes alemão, atento à meia-distância de Andy Robertson, refreava o impulso inglês, isto depois de Messi ter aliviado a pressão, transferindo o perigo para a baliza de Alisson Becker com dois remates e um lance em que normalmente não falha, mas que acabou providencialmente resolvido pelo central Virgil van Dijk. 

O Barcelona mostrava, apesar de tudo, maturidade e competência para convencer o rival de que podia desferir o golpe de misericórdia a qualquer momento. Não obstante a bonomia de Messi ter contagiado Philippe Coutinho, permitindo aos ingleses um avanço de um golo ao intervalo, vantagem protegida por Alisson a negar o empate a Jordi Alba, que procurava redimir-se da falha no 1-0. 

Mas o lance capital da primeira parte pode até nem ter sido o golo de Origi, mas sim a falta subtil de Lenglet que tirou Robertson da partida, abrindo espaço para a entrada de Wijnaldum no início da segunda metade. Tal como sucedera com Origi, também o holandês se estreou a marcar na Champions (havia mostrado dotes de goleador na edição anterior, igualmente nas meias-finais, frente à Roma, carrasco improvável do Barça nos “quartos”), precisando apenas de mais dois minutos do que o companheiro para bater Ter Stegen (54’). Diferença que o médio compensou pronta e amplamente ao bisar apenas dois minutos volvidos, igualando assim a eliminatória (3-3) e levando Anfield às nuvens. 

Tal como no golo de Origi, também Wijnaldum beneficiou de um erro de Jordi Alba... se bem que nada comparado com o inacreditável falhanço colectivo que originou o quarto golo dos “reds”: Origi não quis ficar atrás do companheiro e bisou, na sequência de um canto em que os espanhóis paralisaram por completo, enganados pela “simulação” de Alexander-Arnold. O defesa inglês criou a ilusão de que seria Shaqiri a encarregar-se da marcação do canto, mudando rapidamente de ideias para oferecer um golo que o avançado belga transformou em autêntico KO para Messi  e companhia, incrédulos perante a partida que o destino se preparava para pregar aos espanhóis. 

Mais incrível do que a eliminação nos quartos-de-final da última Champions, aos pés de uma Roma que recuperou de uma desvantagem de 4-1 na cidade condal — até porque estavam avisados para a possibilidade — só uma goleada por 4-0 em Liverpool, onde o resultado do FC Porto (derrota por 2-0) até servia a Ernesto Valverde. Mas o Barcelona não foi capaz de se agarrar à bóia salvadora de um simples golo e capitulou.