Sapadores Bombeiros frente ao Parlamento para contestar proposta de estatuto
António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, explicou que se tratou de um “movimento espontâneo” dos bombeiros.
Várias dezenas de sapadores bombeiros de Lisboa concentraram-se nesta segunda-feira junto ao Parlamento para mostrar o seu descontentamento contra a proposta de regulamentação do estatuto do bombeiro profissional assinada por duas estruturas sindicais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Várias dezenas de sapadores bombeiros de Lisboa concentraram-se nesta segunda-feira junto ao Parlamento para mostrar o seu descontentamento contra a proposta de regulamentação do estatuto do bombeiro profissional assinada por duas estruturas sindicais.
Em declarações à agência Lusa, António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), explicou que se tratou de um “movimento espontâneo” dos bombeiros que não concordam com o aval dado por duas entidades sindicais, nomeadamente a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais.
“Os bombeiros estão contra o aval que estas duas estruturas sindicais deram ao documento proposta [do Governo] e como não concordam manifestaram-se, primeiro contra estas duas estruturas sindicais junto ao quartel do comando e agora no parlamento”, disse António Pascoal.
Segundo o sindicalista, tanto a estrutura que representa, como o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) estão contra a proposta defendida pelas outras duas unidades sindicais que representam os bombeiros.
António Pascoal refere que os sapadores estão contra, entre outros, o artigo que diz respeito à “disponibilidade permanente”, adiantando que a redacção faz com que os bombeiros “nos dias de folga possam vir a trabalhar gratuitamente se a entidade patronal assim o quiser”.
De acordo com o sindicalista, os sapadores estão ainda contra o facto de a aposentação ser com mais seis anos do que o regime geral da função pública, lembrando que há regimes especiais, como o da GNR, PSP e militares, que “aos 55 anos permite que fiquem na reserva e não em linha de socorro”.
“Os bombeiros passarem a aposentar-se aos 60 anos é inconcebível, impraticável. Vai colocar em risco a segurança dos bombeiros e das pessoas que socorrem. O socorro vai estar em causa”, alertou.
António Pascoal avançou ainda que já esta semana vão ser marcados plenários, nomeadamente quarta, quinta e sexta-feira, para “agendar outras formas de luta para contestar o documento”.
Os Sapadores Bombeiros de Lisboa estiveram em greve em Janeiro durante 15 dias contra a proposta de alteração à carreira de bombeiro profissional.